Arthur Maia: o relator declarou que também irá procurar os partidos de oposição que estiverem dispostos a dialogar, não é uma ação exclusivamente com partidos da base (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2017 às 19h35.
Última atualização em 3 de abril de 2017 às 18h08.
Antes de concluir a elaboração do parecer sobre a reforma da Previdência a ser apresentado à comissão especial da Câmara que analisa a matéria, o relator da proposta, deputado Arthur Maia (PPS-BA), vai se reunir com as bancadas da base aliada e da oposição para ouvir as ponderações dos deputados a respeito da reforma.
Maia disse que só vai apresentar seu relatório depois de falar com todos os partidos.
Ele informou que ontem (28) se reuniu com os partidos e pretende intensificar as conversas com os deputados na semana que vem para ouvir a posição dos deputados sobre a reforma do sistema previdenciário.
“Procurarei também os partidos de oposição que estiverem dispostos a dialogar, não é uma ação exclusivamente com partidos da base. Procurei hoje (29) partidos de oposição no sentido de que tenhamos a possibilidade de um entendimento. Existem aqueles que são contra a reforma e outros que são contra a reforma como ela foi apresentada, mas que podem apoiar na medida em que se façam algumas mudanças, que tragam para o apoiamento pessoas que, por algum motivo específico, estão contra o que foi apresentado aqui”, disse o relator.
Arthur Maia disse que pretende apresentar o seu parecer a respeito do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 da Reforma da Previdência na próxima semana para que a comissão inicie as discussões.
No entanto, ele admitiu que, se não concluir as conversas com os partidos, a apresentação do relatório ficará para o início da outra semana.
“Farei um esforço muito grande para que na semana que vem a gente consiga concluir essas conversas, mas se não forem concluídas, eu não vou apresentar o parecer enquanto não fizer a rodada de conversas com todos os partidos”.
Síntese do sentimento
Segundo o relator, é preciso ouvir situação e oposição para que ele possa fazer um juízo de valor sobre o que pensam os deputados e elaborar o parecer, que seja a síntese do sentimento dos deputados, principalmente dos que apoiam o governo na Câmara.
“O relator vai ouvir as reivindicações para fazer um parecer que represente a média do sentimento da base do governo. Todos os pontos que forem levantados, esse relator terá obrigação de ouvir, ponderar, considerar e, a partir daí, ao fim dessas conversas, como poderemos apresentar o parecer. Então é prematuro dizer o que poderá ser flexibilizado e o que não será. Queremos apresentar um parecer que represente o sentimento médio da base do governo”.
Fase de debates
Com o depoimento do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta quinta-feira (30), o presidente da comissão, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), avaliou que a fase de debates foi concluída com louvor.
“Foi garantido o contraditório. Todas as correntes de opinião tiveram a oportunidade de se manifestarem. Penso que estamos concluindo com êxito a primeira etapa que foi das contribuições externas”, disse.
Marun disse que a comissão só retomará os trabalhos quando o relator apresentar o seu parecer.
“Acho bem possível concluirmos o trabalho da comissão no início da segunda quinzena de abril. Minha ideia é seguir para o plenário ainda com tempo de se iniciar a discussão em abril, porque precisamos remeter no final de abril ou início de maio ao Senado as conclusões da Câmara”, disse.