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Reforma trabalhista não garantirá geração de empregos, diz OIT

Peter Poschen, diretor da Organização Internacional do Trabalho, criticou o discurso de que o país vai "modernizar" a legislação trabalhista

Reforma trabalhista: o diretor da entidade rebateu o discurso do governo federal de que a Reforma Trabalhista conseguirá melhorar as condições do mercado de trabalho (Agência Brasil/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2017 às 18h20.

Brasília - Não há evidências de que a reforma trabalhista em estudo no Brasil conseguirá gerar empregos.

A avaliação é do diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Peter Poschen.

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O dirigente criticou o discurso de que o país vai "modernizar" a legislação trabalhista, mas sem estabelecer um objetivo.

"Concordo em modernizar, mas parece que o objetivo é bem vago", disse.

Em audiência conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o diretor da entidade rebateu o discurso do governo federal de que a Reforma Trabalhista conseguirá melhorar as condições do mercado de trabalho.

"Sobre a compreensão dos impactos, essa afirmação de que a reforma vai gerar emprego tem pouca evidência", disse, ao comentar que a experiência internacional mostra que nem sempre a mudança na legislação consegue gerar empregos e o ciclo econômico costuma importante na criação de postos de trabalho.

O dirigente da OIT defendeu que o Brasil deveria "definir melhor e ter objetivos claros" para a Reforma Trabalhista.

Poschen nota ainda que a experiência internacional indica que é importante contar com um bom diagnóstico e é preciso "coerência das políticas".

Poschen dá como exemplo o fato de o Brasil tocar a Reforma Trabalhista e a previdenciária ao mesmo tempo.

"A Reforma Trabalhista dialoga com a Reforma da Previdência. Se essa reforma trabalhista mudar o mercado de trabalho, a base de cálculo usada na Reforma da Previdência talvez tenha de ser revista", disse.

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