Guido Mantega: ministro informou que o impacto desinflacionário da medida será de 0,50 a 1 ponto porcentual (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 16h24.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que a redução do custo de energia, anunciada pela presidente Dilma Rousseff, é fundamental para o País e beneficiará todos os setores, como indústria, comércio e agricultura. Além disso, segundo o ministro, vai permitir que o consumidor tenha uma sobra de recursos para fazer outras aquisições.
Mantega informou que o impacto desinflacionário da medida será de 0,50 a 1 ponto porcentual. O ministro disse que o cálculo inclui impacto direto e indireto da redução do custo da energia sobre a inflação. "Será muito importante para 2013, que somada a outras medidas de desoneração vão permitir a redução do preço e a redução do custo no País. Estamos numa cruzada no Brasil para reduzir os custos", afirmou o ministro.
Ele negou que haja intenção do governo de aproveitar o impacto da redução da energia na inflação para aumentar o preço dos combustíveis, especialmente da gasolina. "Não tem nada a ver um com o outro. Não está no horizonte", disse o ministro Mantega disse ainda que a queda no custo da produção permitirá elevar os investimentos e o consumo. O ministro afirmou que em 2013, o Brasil será um dos poucos países no mundo com crescimento econômico acima de 4%. O ministro não deu detalhes, mas informou que novas medidas de estímulo ainda serão anunciadas.
Custo Brasil
Já o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que a medida ataca o Custo Brasil, e que os empresários vão repassar essa queda do custo de energia para os preços. Assim como Mantega, ele projeta uma queda no IPCA de 0,5 a 0,6 ponto porcentual, como impacto direto da redução do preço da conta de energia para o consumidor.
Ele acredita também que o pacote de hoje poderá ajudar a reduzir a inflação por meio da diminuição de outros custos para empresas e consumidores. Citou como exemplo a tarifa de condomínio, que embute o gasto de energia.
Para Barbosa, a concorrência no mercado vai fazer com que esse ganho da indústria seja transferido para os preços nos setores mais competitivos e de maneira mais rápida.
Disse que setores mais intensivos de uso de energia, como siderurgia, setor químico, petroquímico e de máquinas e equipamentos tendem a transferir mais rapidamente esse corte de custo de energia para seus produtos.
Ele prevê que o pacote de energia vai impactar no crescimento econômico já em 2013, porque o corte na tarifa equivale a uma redução na taxa de juros e aumenta a renda disponível das famílias e das empresas. "Uma das grandes preocupações dos empresários é o fato do Custo Brasil ser muito alto. E essa redução do preço da energia ataca justamente o Custo Brasil", observou.