Economia

Redução de 5% no preço da gasolina pela Petrobras passa a valer hoje

O preço da gasolina terá uma redução de R$ 0,20 nas refinarias da Petrobras a partir desta quarta-feira

Posto de gasolina (foto de arquivo): redução no preço da Petrobras acontece em meio à queda na cotação do petróleo no mercado internacional (Leandro Fonseca/Exame)

Posto de gasolina (foto de arquivo): redução no preço da Petrobras acontece em meio à queda na cotação do petróleo no mercado internacional (Leandro Fonseca/Exame)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 20 de julho de 2022 às 06h00.

Passa a valer nesta quarta-feira, 20, a redução de 4,9% do preço da gasolina nas refinarias da Petrobras. O corte foi anunciado ontem pela petroleira, em meio às quedas na cotação do petróleo no mercado internacional.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia.

O litro de gasolina terá uma redução de R$ 0,20 nas refinarias, passando de R$ 4,06 para R$ 3,86 por litro (o valor final ao consumidor nos postos é maior do que isso, porque inclui ainda outros fatores, como tributos e margens no restante da cadeia).

A redução é a primeira feita pela Petrobras desde 15 de dezembro.

Os demais combustíveis, como diesel, GLP (usado no gás de botijão) e gás natural, seguem com os preços atuais.

A Petrobras afirmou em nota que "acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina".

A estatal disse ainda que "busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

No mês passado, em movimento contrário, a Petrobras havia aumentado o preço da gasolina perto dos mesmos 5% em 18 de junho, quando o petróleo estava em alta no mercado internacional.

Agora, a redução acontece em meio à queda do preço do barril de petróleo, com os temores de uma recessão global derrubando o preço da commodity.

O barril do tipo Brent, usado como referência pela estatal brasileira, teve sua primeira queda mensal em junho desde o começo da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.

O Brent chegou a ficar abaixo do patamar de US$ 100 na semana passada, mas voltou a se recuperar e era cotado perto de US$ 106 no começo da tarde desta terça-feira.

A Petrobras vinha sendo pressionada a reduzir o preço diante da queda internacional do petróleo, mas um desafio segue sendo o dólar, que subiu nas últimas semanas e permanece muito volátil, também impactando os preços dos combustíveis.

A redução no preço da gasolina diz respeito somente ao combustível nas refinarias da Petrobras, que respondem por cerca de 80% da gasolina vendida no Brasil. O restante é vendido por importadores ou refinarias privatizadas, já a preços de mercado.

Para além dos R$ 0,20 cortados pela Petrobras, o preço final ao consumidor na bomba pode ter variações diversas, porque depende ainda de tributos, preço do etanol anidro (misturado à gasolina obrigatoriamente) e margens de lucro ao longo da cadeia de distribuição e revenda.

Nessa frente, o combustível vendido ao consumidor também vem tendo queda nas últimas semanas diante da redução nas alíquotas de ICMS, além de tributos federais zerados para gasolina (e para o diesel anteriormente).

Com as mudanças, o preço médio da gasolina no Brasil fechou a semana encerrada em 16 de julho (sábado) em R$ 6,07, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP) em mais de 5 mil postos.

Em quatro semanas, a queda foi de 18%. O preço médio da gasolina há um mês, na semana até 19 de junho, era de R$ 7,39/litro.

O preço do petróleo foi às alturas desde o fim do ano passado com a retomada da economia global após o auge da pandemia e, neste ano, com a guerra na Ucrânia. Assim, a variação internacional fez a Petrobras também ter de subir os preços no Brasil em meio ao preço de paridade de importação (PPI), estabelecida pelo governo brasileiro, como controlador da estatal, a partir de 2016. A medida, no entanto, vem gerando embate entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e a diretoria da estatal. Para além do preço da gasolina, a Petrobras deve ser também pressionada a reduzir o preço do diesel, que por ora segue inalterado.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisExame HojeGasolinaPetrobraspostos-de-gasolina

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor