Rede hoteleira: estava maior em praticamente todas as capitais que sediaram jogos da Copa em 2016 (Divulgação/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de julho de 2017 às 08h37.
Última atualização em 20 de julho de 2017 às 09h14.
Rio de Janeiro - A Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio aumentaram a oferta de hospedagem no País. Em cinco anos, cresceu 15% o número de estabelecimentos de hospedagem nas capitais brasileiras, e 15,4% o total de leitos. Os dados são da Pesquisa de Serviços de Hospedagem 2016, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em 2016, a rede hoteleira estava maior em praticamente todas as capitais que sediaram jogos da Copa. A base de comparação era o ano de 2011, quando o País já se preparava para os megaeventos esportivos.
Os avanços mais relevantes nos leitos disponíveis foram registrados em Brasília (44,7%), Rio de Janeiro (23%) e São Paulo (9,3%). Em 2009, quando o Brasil ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos, o Rio se comprometeu a ter uma rede hoteleira com 40 mil quartos, praticamente o dobro do que possuía naquele ano - e atingiu a meta.
"No Rio de Janeiro, os eventos podem sim ter contribuído para um crescimento maior do que a média, porque ainda teve a Olimpíada em 2016", confirmou Luiz Andrés, analista da pesquisa no IBGE. "Brasília foi sede da Copa, mas pela questão política e por ser a capital do Brasil, a região tem uma capacidade maior de atrair eventos. O aumento no número de estabelecimentos foi menor, mas são hotéis com muitos quartos, muitos leitos."
As únicas cidades-sede com recuo foram Curitiba, com 3,8% leitos a menos, e Natal, com redução de 4,7%. "Infelizmente não temos acompanhamento anual para saber se a oferta de hospedagem cresceu até a Copa e depois caiu", lamentou Andrés.
Economia
Além da preparação para a demanda por causa dos jogos, a hotelaria contou também com o estímulo do desenvolvimento econômico de algumas regiões, a despeito do ciclo de recessão atual.
"Houve um aumento no número de estabelecimentos e leitos nas capitais como um todo, independentemente de estarem sediando jogos da Copa ou Olimpíada. Teve toda uma política de incentivo à criação e leitos, claro, mas foi também o próprio crescimento econômico que fez com que se demandasse uma oferta maior de hospedagem", observou Luiz Andrés.
Entre as capitais com crescimento expressivo impulsionado pelo desenvolvimento local estão Palmas (53% a mais de leitos), Belém (com aumento de 58%), Campo Grande (45,3%) e Rio Branco (34,7%), entre outras. "Palmas deveria ter um crescimento limitado, mas foi o crescimento da cidade que provocou essa demanda por mais oferta de hospedagem", reforçou Andrés.
Em 2016, o Brasil tinha 31.299 estabelecimentos de hospedagem, sendo 47,9% deles hotéis, 31,9%, pousadas, e 14,2%, motéis. As acomodações mais informais detinham menor participação. A maior parte da rede hoteleira do Brasil estava no Sudeste: com 41,8% dos estabelecimentos, 43,8% das unidades habitacionais e 43,1% dos leitos disponíveis. Em segundo lugar vinha o Nordeste, com 23,6% dos estabelecimentos, 21,7% das unidades habitacionais e 22,4% dos leitos.
São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia concentraram a maior parte da oferta de hospedagem: 48,0% do total de estabelecimentos, 48,8% das unidades habitacionais e 48,7% dos leitos disponíveis.
Em média, em 2016, o Brasil tinha 15 estabelecimentos, 491 unidades habitacionais e 1.168 leitos por 100 mil habitantes. A menor estrutura de hospedagem em relação à população encontra-se no Maranhão, com 8 estabelecimentos, 232 unidades habitacionais e 522 leitos por 100 mil habitantes.
Rondônia tinha em 2016 maior proporção de hotéis
A média nacional na oferta de hospedagem em 2016 foi de 32 unidades habitacionais e 77 leitos por estabelecimento de hospedagem. Rondônia tinha a maior proporção de hotéis em sua rede de hospedagem (73,9%), seguida por Mato Grosso (70,3%), Acre (69,1%) e Pará (68,9%). As pousadas predominavam em Alagoas (54,1%), Rio Grande do Norte (51,9%), Rio de Janeiro (50,5%) e Bahia (50,0%). Os motéis foram mais frequentes no Amapá (26,4%) Pernambuco (22,9%), Acre (21,8%) e Piauí (21,0%).