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Reclamações de demanda insuficiente no comércio atingem 27%

A confiança do setor cedeu 1,5%, pressionada justamente pelas avaliações sobre a situação atual da demanda

Comércio: "O setor está desapontado com as vendas de Natal", disse economista da FGV (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 15h35.

Rio - Em pleno mês de Natal, a principal data comemorativa para o comércio , os empresários não se mostraram animados com as vendas .

A confiança do setor cedeu 1,5%, pressionada justamente pelas avaliações sobre a situação atual da demanda.

O varejo restrito, que não inclui veículos e material de construção, mas concentra os setores mais buscados pelos brasileiros na hora de presentear alguém no fim do ano, determinou a piora no indicador.

"Percebemos que as vendas de dezembro, que é um mês muito importante para o comércio devido ao Natal, estão muito fracas, justamente nos setores tradicionais, onde estão os presentes", avaliou o economista Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apura o índice de confiança.

"O setor está desapontado com as vendas de Natal", acrescentou.

No comércio, a percepção sobre a situação atual piorou 5,9% (o quesito inclui apenas a pergunta sobre demanda).

No varejo restrito, a queda foi de 4,9%, mas segmentos como o de móveis e eletrodomésticos registraram queda de 24,7% na demanda atual, sempre na comparação de dezembro contra novembro.

Na sondagem do consumidor, também divulgada hoje, a intenção de compras de bens duráveis pelas famílias desabou 5,7% no período.

Ao todo, 27% dos comerciantes reclamaram neste mês de demanda insuficiente. Trata-se do maior valor já registrado em toda a série histórica, iniciada em março de 2010.

Há, porém, uma melhora disseminada, ainda que tímida, nos indicadores de vendas previstas.

Para todo o comércio, a alta foi de 2,7%, enquanto no varejo restrito o avanço foi de 8,2% (a primeira melhora neste quesito desde julho passado).

Mas Campelo advertiu que o setor não espera uma recuperação consistente.

"Eles têm confiança de alguma melhora no primeiro trimestre, mas não deve ser consistente porque a tendência de negócios em seis meses atingiu o menor nível (da série)", ressaltou o economista. "Pode ser apenas um desejo de colocar estoques à venda."

Para este ano, Campelo espera aumento de 2,5% no volume de vendas do varejo restrito e queda de 1,5% no varejo ampliado (que inclui veículos e material de construção).

"As previsões para 2015 também não são melhores. O consumidor está cauteloso, e a taxa de juros não será menor. O comércio será impulsionado pelo crescimento da renda, que está mais fraco, mas ainda tem ajustes acima da inflação. Isso deve manter segmentos mais ligados ao dia a dia, mas no caso de duráveis a coisa está bem pior", comentou.

Custo de mão de obra

A despeito das reclamações sobre a demanda, os empresários do comércio manifestaram certo alívio com os custos da mão de obra nos últimos meses.

Segundo a sondagem do comércio, este fator limitativo foi citado por 15,4% dos entrevistados, um número praticamente idêntico a dezembro do ano passado, mostrando que aumentos ao longo de 2014 não se sustentaram.

"Entendo que isso já capta alguma coisa da desaceleração do mercado de trabalho.

As empresas começam a ter flexibilidade para negociar salário", disse Campelo.

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A confiança do setor cedeu 1,5%, pressionada justamente pelas avaliações sobre a situação atual da demanda.

O varejo restrito, que não inclui veículos e material de construção, mas concentra os setores mais buscados pelos brasileiros na hora de presentear alguém no fim do ano, determinou a piora no indicador.

"Percebemos que as vendas de dezembro, que é um mês muito importante para o comércio devido ao Natal, estão muito fracas, justamente nos setores tradicionais, onde estão os presentes", avaliou o economista Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apura o índice de confiança.

"O setor está desapontado com as vendas de Natal", acrescentou.

No comércio, a percepção sobre a situação atual piorou 5,9% (o quesito inclui apenas a pergunta sobre demanda).

No varejo restrito, a queda foi de 4,9%, mas segmentos como o de móveis e eletrodomésticos registraram queda de 24,7% na demanda atual, sempre na comparação de dezembro contra novembro.

Na sondagem do consumidor, também divulgada hoje, a intenção de compras de bens duráveis pelas famílias desabou 5,7% no período.

Ao todo, 27% dos comerciantes reclamaram neste mês de demanda insuficiente. Trata-se do maior valor já registrado em toda a série histórica, iniciada em março de 2010.

Há, porém, uma melhora disseminada, ainda que tímida, nos indicadores de vendas previstas.

Para todo o comércio, a alta foi de 2,7%, enquanto no varejo restrito o avanço foi de 8,2% (a primeira melhora neste quesito desde julho passado).

Mas Campelo advertiu que o setor não espera uma recuperação consistente.

"Eles têm confiança de alguma melhora no primeiro trimestre, mas não deve ser consistente porque a tendência de negócios em seis meses atingiu o menor nível (da série)", ressaltou o economista. "Pode ser apenas um desejo de colocar estoques à venda."

Para este ano, Campelo espera aumento de 2,5% no volume de vendas do varejo restrito e queda de 1,5% no varejo ampliado (que inclui veículos e material de construção).

"As previsões para 2015 também não são melhores. O consumidor está cauteloso, e a taxa de juros não será menor. O comércio será impulsionado pelo crescimento da renda, que está mais fraco, mas ainda tem ajustes acima da inflação. Isso deve manter segmentos mais ligados ao dia a dia, mas no caso de duráveis a coisa está bem pior", comentou.

Custo de mão de obra

A despeito das reclamações sobre a demanda, os empresários do comércio manifestaram certo alívio com os custos da mão de obra nos últimos meses.

Segundo a sondagem do comércio, este fator limitativo foi citado por 15,4% dos entrevistados, um número praticamente idêntico a dezembro do ano passado, mostrando que aumentos ao longo de 2014 não se sustentaram.

"Entendo que isso já capta alguma coisa da desaceleração do mercado de trabalho.

As empresas começam a ter flexibilidade para negociar salário", disse Campelo.

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