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Rebaixamento é "tapa na cara" de Levy, diz Economist

Revista britânica diz que rebaixamento já estava até certo ponto precificado, mas teme que deputados e ministros contrários a austeridade ganhem força

O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de setembro de 2015 às 10h34.

São Paulo - O rebaixamento do Brasil é um "tapa na cara" do ministro da Fazenda Joaquim Levy , diz a revista britânica The Economist em artigo publicado hoje.

Na noite de ontem, a Standard & Poor's anunciou a mudança da nota da dívida do Brasil de BB+ para BB-, o que fez o país perder o grau de investimento conquistado em 2008 e entrar no patamar especulativo.

Para a Economist, este movimento já estava até certo ponto precificado pelo mercado, como mostram os valores de seguro contra calote do governo nos últimos meses.

O rebaixamento não deve "aleijar" o país como "em dias mais caóticos" graças a "uma economia diversificada e gordas reservas internacionais", mas "alguma fuga de capital é inevitável" - o que só aumenta a chance de novos rebaixamentos.

Ter o selo de bom pagador de 2 das 3 agências (como o Brasil ainda tem) tipicamente é considerado suficiente, mas o mercado pode querer se antecipar a novos movimentos.

Segundo a revista, o rebaixamento é um "tapa na cara" do ministro Joaquim Levy, nomeado justamente para evitá-lo, mas que não conseguiu passar todas as suas reformas fiscais em um Congresso rebelde sobre o qual a presidente Dilma Rousseff não tem controle.

O mistério agora é como os políticos vão reagir. Há exatamente uma semana, a Economist classificou a apresentação de um déficit no Orçamento de 2016 como um desastre e disse que os congressistas só pensavam no curto prazo e nos seus próprios bolsos.

Agora, a revista lembra que só o Legislativo pode abrir os 90% do Orçamento atualmente protegido de cortes ( veja mais números ) e que talvez o rebaixamento seja a motivação que estava faltavando.

A outra possibilidade é que os deputados e ministros que não gostam dos cortes de Levy concluam que mais austeridade não vale a pena - e que "não seria a primeira vez".

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Na noite de ontem, a Standard & Poor's anunciou a mudança da nota da dívida do Brasil de BB+ para BB-, o que fez o país perder o grau de investimento conquistado em 2008 e entrar no patamar especulativo.

Para a Economist, este movimento já estava até certo ponto precificado pelo mercado, como mostram os valores de seguro contra calote do governo nos últimos meses.

O rebaixamento não deve "aleijar" o país como "em dias mais caóticos" graças a "uma economia diversificada e gordas reservas internacionais", mas "alguma fuga de capital é inevitável" - o que só aumenta a chance de novos rebaixamentos.

Ter o selo de bom pagador de 2 das 3 agências (como o Brasil ainda tem) tipicamente é considerado suficiente, mas o mercado pode querer se antecipar a novos movimentos.

Segundo a revista, o rebaixamento é um "tapa na cara" do ministro Joaquim Levy, nomeado justamente para evitá-lo, mas que não conseguiu passar todas as suas reformas fiscais em um Congresso rebelde sobre o qual a presidente Dilma Rousseff não tem controle.

O mistério agora é como os políticos vão reagir. Há exatamente uma semana, a Economist classificou a apresentação de um déficit no Orçamento de 2016 como um desastre e disse que os congressistas só pensavam no curto prazo e nos seus próprios bolsos.

Agora, a revista lembra que só o Legislativo pode abrir os 90% do Orçamento atualmente protegido de cortes ( veja mais números ) e que talvez o rebaixamento seja a motivação que estava faltavando.

A outra possibilidade é que os deputados e ministros que não gostam dos cortes de Levy concluam que mais austeridade não vale a pena - e que "não seria a primeira vez".

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