Real fraco deve frear déficit comercial de manufaturados
Déficit reflete a perda de competitividade dos produtos manufaturados produzidos no Brasil tanto no mercado interno como externo
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2013 às 22h39.
Brasília - Industriais e exportadores têm como certo que o câmbio desvalorizado vai conter a escalada do déficit comercial brasileiro de produtos manufaturados, que atingiu a cifra recorde de 105,2 bilhões de dólares em 12 meses encerrados em agosto.
O grande déficit reflete a perda de competitividade dos produtos manufaturados produzidos no Brasil tanto no mercado interno como externo, por conta da valorização do real ante o dólar nos últimos anos e agravado pela crise econômica mundial.
Em 2005, o Brasil ainda registrava superávit comercial de manufaturados, de 7,8 bilhões de dólares. Mas há cinco anos, o saldo se tornou negativo, saltando de um déficit de 9,2 bilhões de dólares em 2007 para déficit de 94 bilhões de dólares em 2012.
"No início do 2013, a previsão para o déficit na balança dos manufaturados era de 110 bilhões de dólares e baixamos para 105 bilhões de dólares diante da perspectiva de valorização do câmbio", disse o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
As importações de produtos industrializados atingiram 195,1 bilhões de dólares em 12 meses encerrados em agosto, enquanto as exportações tiveram uma performance bem mais fraca, chegando a 89,9 bilhões de dólares no mesmo período, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
O diretor do Departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti, disse que 25 por cento dos produtos industrializados consumidos no mercado interno são importados, e que isso provocou o desmonte de várias cadeias produtivas.
Câmbio
O dólar, que fechou 2012 por volta de 2 reais, entrou em trajetória de alta em maio, por conta da expectativa de mudança na política monetária dos Estados Unidos, que deve reduzir a liquidez internacional. Com isso, a moeda norte-americana voltou a ser cotada acima de 2,30 reais.
Segundo a AEB, um dólar a 2,30 reais beneficia 30 por cento dos exportadores brasileiros. Se subir para 2,40 reais por dólar, 60 por cento dessas empresas serão beneficiadas.
"O problema agora é a volatilidade câmbial. Nas projeções de todos os bancos e consultorias o que ainda vemos é o uso do dólar do dia corrente. Essa volatilidade cambial dificulta o planejamento e impacta também a confiança dos agentes", disse o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo de Ávila.
Com a valorização da moeda norte-americana, Giannetti espera que as importações percam atratividade já neste semestre, mas o estímulo às exportações deverá ser sentido somente a partir de 2014.
"O câmbio esteve sobrevalorizado por um longo tempo e de forma aguda", comentou. "A tendência é de melhora da competitividade do produto nacional no mercado interno. Nas exportações esse efeito vai demandar mais tempo, mas haverá melhora da competitividade e da margem de remuneração", disse Giannetti.
Brasília - Industriais e exportadores têm como certo que o câmbio desvalorizado vai conter a escalada do déficit comercial brasileiro de produtos manufaturados, que atingiu a cifra recorde de 105,2 bilhões de dólares em 12 meses encerrados em agosto.
O grande déficit reflete a perda de competitividade dos produtos manufaturados produzidos no Brasil tanto no mercado interno como externo, por conta da valorização do real ante o dólar nos últimos anos e agravado pela crise econômica mundial.
Em 2005, o Brasil ainda registrava superávit comercial de manufaturados, de 7,8 bilhões de dólares. Mas há cinco anos, o saldo se tornou negativo, saltando de um déficit de 9,2 bilhões de dólares em 2007 para déficit de 94 bilhões de dólares em 2012.
"No início do 2013, a previsão para o déficit na balança dos manufaturados era de 110 bilhões de dólares e baixamos para 105 bilhões de dólares diante da perspectiva de valorização do câmbio", disse o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
As importações de produtos industrializados atingiram 195,1 bilhões de dólares em 12 meses encerrados em agosto, enquanto as exportações tiveram uma performance bem mais fraca, chegando a 89,9 bilhões de dólares no mesmo período, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
O diretor do Departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti, disse que 25 por cento dos produtos industrializados consumidos no mercado interno são importados, e que isso provocou o desmonte de várias cadeias produtivas.
Câmbio
O dólar, que fechou 2012 por volta de 2 reais, entrou em trajetória de alta em maio, por conta da expectativa de mudança na política monetária dos Estados Unidos, que deve reduzir a liquidez internacional. Com isso, a moeda norte-americana voltou a ser cotada acima de 2,30 reais.
Segundo a AEB, um dólar a 2,30 reais beneficia 30 por cento dos exportadores brasileiros. Se subir para 2,40 reais por dólar, 60 por cento dessas empresas serão beneficiadas.
"O problema agora é a volatilidade câmbial. Nas projeções de todos os bancos e consultorias o que ainda vemos é o uso do dólar do dia corrente. Essa volatilidade cambial dificulta o planejamento e impacta também a confiança dos agentes", disse o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo de Ávila.
Com a valorização da moeda norte-americana, Giannetti espera que as importações percam atratividade já neste semestre, mas o estímulo às exportações deverá ser sentido somente a partir de 2014.
"O câmbio esteve sobrevalorizado por um longo tempo e de forma aguda", comentou. "A tendência é de melhora da competitividade do produto nacional no mercado interno. Nas exportações esse efeito vai demandar mais tempo, mas haverá melhora da competitividade e da margem de remuneração", disse Giannetti.