Os efeitos do reajuste nos planos de saúde já são sentidos na inflação apurada na cidade de São Paulo. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), em julho os preços relacionados à área de saúde subiram 2,03% - em junho, tinham aumentado 0,83%.

Preços e custos de planos de saúde opõem governo, empresas e usuários em um imbroglio ainda não resolvido - a poucos meses das eleições municipais. Reportagem de EXAME demonstra que as operadoras privadas de planos de saúde, responsáveis pelo atendimento de 38 milhões de pessoas, estão em situação econômico-financeira delicada, com contínua deterioração de indicadores - 34% das 2 277 operadoras tiveram prejuízo em 2003, por exemplo. Ao mesmo tempo, a Agência Nacional de Saúde Suplementar demonstra sérias dificuldades para regular o setor sem causar nessa tentativa sérios transtornos a empresários e usuários.

O encarecimento dos planos de saúde, entretanto, não impactou de forma significativa o índice cheio. Em julho, o IPC-Fipe registrou uma inflação de 0,59%, bem menor do que a de junho (0,92%). A razão, segundo a consultoria Global Invest, foi o arrefecimento das taxas em três outros grupos de despesas: alimentação, transportes e vestuário. No caso dos preços relacionados a transportes, a taxa foi de 0,39%, contra 1,39% em junho.

Além de saúde, os preços do grupo habitação (0,54% em julho, comparado a 0,23% em junho) foram os que mais subiram. Neste caso, as pressões vieram dos reajustes das tarifas de energia elétrica e de telefonia fixa. Para a Global Invest, em agosto os grupos saúde e habitação serão novamente responsáveis por pressões inflacionárias.