Compras: Índice de Confiança do Consumidor acumulou recuo de 3,6% nos 3 primeiros meses do ano (Larissa Belova/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2014 às 17h29.
Rio - A desaceleração no consumo das famílias no primeiro trimestre de 2014 já era esperada, diante do forte recuo da confiança do consumidor no período, afirmou nesta sexta-feira, 30, a economista Viviane Seda, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
"A queda da confiança já ocorre há algum tempo. Há redução no ímpeto de compras", disse Viviane, que é coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Segundo a FGV, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) acumulou recuo de 3,6% nos três primeiros meses deste ano.
Em igual período, o consumo das famílias medido no Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% em relação ao quarto trimestre de 2013.
De acordo com a economista, a insegurança no ambiente econômico, a inflação em alta e a elevação da taxa de juros, que encareceu o crédito, foram fatores que influenciaram a confiança dos consumidores neste início de 2014.
E o clima para o segundo trimestre não é nada animador.
O ICC aprofundou a queda e acumula retração de 4,1% nos meses de abril e maio.
"Não temos perspectiva de recuperação ainda", disse Viviane, referindo-se ao resultado de junho, que será conhecido no dia 26 do próximo mês.
"O consumidor mostra insatisfação com a situação atual e otimismo reduzido em relação ao futuro. Não tem nenhum fator que sugira mudança. Pelo que temos observado na sondagem, o consumo das famílias no segundo trimestre deve mostrar estabilidade ou desaceleração ainda maior", disse Viviane.