Queda de 0,04% na prévia do IGP-M é momentânea, diz FGV
"Este é um momento de deflação, mas não é uma trajetória deflacionária", frisou superintendente adjunto de Inflação da FGV, Salomão Quadros
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2014 às 16h30.
Rio - A queda de 0,04% registrada na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado ( IGP-M ) é momentânea, afirmou nesta segunda-feira, 19, o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getúlio Vargas ( FGV ), Salomão Quadros.
"Este é um momento de deflação, mas não é uma trajetória deflacionária", frisou.
Segundo ele, os preços dos alimentos e a contribuição do câmbio devem ficar mais estáveis nas próximas apurações, enquanto no varejo e no setor de construção haverá novas pressões de inflação.
O recuo do indicador tem a ver com dois elementos, a normalização dos preços após o impulso dado pela estiagem e a contribuição favorável do câmbio, principalmente ao setor industrial, apontou Quadros.
Mas estes são elementos passageiros, acrescentou o superintendente.
"Acho difícil que (o IPA e o IGP-M) se mantenham negativos por muito tempo", afirmou.
"Tanto a normalização dos preços quanto o câmbio não vão se repetir. O dólar já está parado na casa de R$ 2,20 há algum tempo", explicou Quadros.
Apesar de não acreditar em um processo deflacionário, o superintendente aposta que o resultado deve reforçar a ideia de que o ciclo de alta da taxa básica de juros chegou ao fim.
"Com o IGP-M superbaixo, a surpresa do IPCA de abril e o IBC-Br mais fraco, (o Copom) não tem urgência em continuar elevando a Selic", disse.
Atacado
Na prévia anunciada hoje, matérias-primas cujos preços ainda não haviam cedido finalmente desaceleraram, caso de bovinos (3,94% para 0,00%), aves (1,49% para -3,91%) e leite in natura (5,20% para 5,00%).
Esse movimento também já é repassado para a indústria alimentícia no atacado, em que carnes, leites e óleos também apresentam desaceleração.
"Há sinais claros de que o efeito da estiagem terminou. Os levantamentos de safra dão conta de uma melhora. No plano internacional, as expectativas também são boas", reforçou Quadros.
Para ele, não haverá novas pressões para alimentos no curto prazo, mas já há preços voltando a subir, como é o caso do café em grão (-3,42% para 6,61%).
O minério de ferro parece ser, segundo Quadros, o único item que conta com uma influência externa - e que ainda pode recuar mais. Na segunda prévia de maio, a queda foi de 6,16%, contra recuo de 2,03% em abril.
"Isso tem a ver com a desaceleração da China, além da valorização do real", disse o superintendente da FGV.
Consumidor
No varejo, a alimentação, que subiu 0,63% na segunda prévia de maio, deve continuar desacelerando, à medida que os alimentos processados repassem os recuos verificados na indústria.
"Há ainda um bom potencial de desaceleração entre leite, aves e óleos. Não vai ficar negativo, mas vai desacelerar ainda mais", disse Quadros.
O fim do impacto do reajuste de medicamentos também deve dar uma alívio ao índice nas próximas apurações.
Por outro lado, o superintendente prevê pressões mais intensas vindas das tarifas de energia elétrica (que já subiram 2,93%) e tarifa de ônibus urbano (0,92%).
"Isso acaba segurando uma desaceleração mais agressiva", disse.
No custo da construção, a pressão também será crescente, devido ao calendário de dissídios salariais.
O último reajuste concedido foi em São Paulo, o que deve começar a impactar o índice nas próximas apurações. Na prévia anunciada hoje, o INCC subiu 1,06%.
Rio - A queda de 0,04% registrada na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado ( IGP-M ) é momentânea, afirmou nesta segunda-feira, 19, o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getúlio Vargas ( FGV ), Salomão Quadros.
"Este é um momento de deflação, mas não é uma trajetória deflacionária", frisou.
Segundo ele, os preços dos alimentos e a contribuição do câmbio devem ficar mais estáveis nas próximas apurações, enquanto no varejo e no setor de construção haverá novas pressões de inflação.
O recuo do indicador tem a ver com dois elementos, a normalização dos preços após o impulso dado pela estiagem e a contribuição favorável do câmbio, principalmente ao setor industrial, apontou Quadros.
Mas estes são elementos passageiros, acrescentou o superintendente.
"Acho difícil que (o IPA e o IGP-M) se mantenham negativos por muito tempo", afirmou.
"Tanto a normalização dos preços quanto o câmbio não vão se repetir. O dólar já está parado na casa de R$ 2,20 há algum tempo", explicou Quadros.
Apesar de não acreditar em um processo deflacionário, o superintendente aposta que o resultado deve reforçar a ideia de que o ciclo de alta da taxa básica de juros chegou ao fim.
"Com o IGP-M superbaixo, a surpresa do IPCA de abril e o IBC-Br mais fraco, (o Copom) não tem urgência em continuar elevando a Selic", disse.
Atacado
Na prévia anunciada hoje, matérias-primas cujos preços ainda não haviam cedido finalmente desaceleraram, caso de bovinos (3,94% para 0,00%), aves (1,49% para -3,91%) e leite in natura (5,20% para 5,00%).
Esse movimento também já é repassado para a indústria alimentícia no atacado, em que carnes, leites e óleos também apresentam desaceleração.
"Há sinais claros de que o efeito da estiagem terminou. Os levantamentos de safra dão conta de uma melhora. No plano internacional, as expectativas também são boas", reforçou Quadros.
Para ele, não haverá novas pressões para alimentos no curto prazo, mas já há preços voltando a subir, como é o caso do café em grão (-3,42% para 6,61%).
O minério de ferro parece ser, segundo Quadros, o único item que conta com uma influência externa - e que ainda pode recuar mais. Na segunda prévia de maio, a queda foi de 6,16%, contra recuo de 2,03% em abril.
"Isso tem a ver com a desaceleração da China, além da valorização do real", disse o superintendente da FGV.
Consumidor
No varejo, a alimentação, que subiu 0,63% na segunda prévia de maio, deve continuar desacelerando, à medida que os alimentos processados repassem os recuos verificados na indústria.
"Há ainda um bom potencial de desaceleração entre leite, aves e óleos. Não vai ficar negativo, mas vai desacelerar ainda mais", disse Quadros.
O fim do impacto do reajuste de medicamentos também deve dar uma alívio ao índice nas próximas apurações.
Por outro lado, o superintendente prevê pressões mais intensas vindas das tarifas de energia elétrica (que já subiram 2,93%) e tarifa de ônibus urbano (0,92%).
"Isso acaba segurando uma desaceleração mais agressiva", disse.
No custo da construção, a pressão também será crescente, devido ao calendário de dissídios salariais.
O último reajuste concedido foi em São Paulo, o que deve começar a impactar o índice nas próximas apurações. Na prévia anunciada hoje, o INCC subiu 1,06%.