Queda da libra ameaça empresas britânicas com inflação
À medida que a libra esterlina atinge novos valores mínimos recordes, o custo da proteção contra mais declínios cambiais está subindo muito
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2016 às 15h57.
Londres - As corporações britânicas estão perdendo a batalha contra as forças da inflação que avançam desde o triunfo do Brexit na votação de junho.
À medida que a libra esterlina atinge novos valores mínimos recordes - fato que aumenta o custo de importações como mirtilos sul-africanos e instalações hidráulicas italianas - o custo da proteção contra mais declínios cambiais está subindo muito.
O dilema para os comerciantes: transferir o custo ou suportar preços que corroem os lucros.
Veja o exemplo de Sofia Charalambous, que vende torneiras, espelhos e saboneteiras em sua empresa, a Bathroom Origins, com sede em Romford, Inglaterra.
As 50.000 libras (US$ 61.500) em euros que ela comprou com contratos de futuros cambiais, antes que o Reino Unido decidisse abandonar a União Europeia, se esgotaram.
Agora, ela tem que pagar a fornecedores franceses, italianos e espanhóis em libras que valem 15 por cento menos frente ao euro, e ela está se preparando para elevar os preços.
“Estamos em uma situação complicada porque não sabemos como cotar a libra”, diz Charalambous. “Não fazemos ideia do que está acontecendo”.
Sports Direct
Não só pequenas empresas como a Bathroom Origins, com cerca de 1 milhão de libras em vendas anuais, foram afetadas pela forte queda da libra após o Brexit.
A rede de produtos esportivos Sports Direct International disse na semana passada que as perdas com suas coberturas cambiais após um “flash crash” da libra poderiam diminuir os resultados em até 35 milhões de libras.
Movimentações das taxas de câmbio custaram à empresa aérea EasyJet, com sede no Reino Unido, cerca de 90 milhões de libras nos 12 meses encerrados no dia 30 de setembro.
Produtos da Unilever, da maionese Hellmann’s e ao sorvete Ben & Jerry’s e até a Marmite, uma pasta feita de extrato de levedura, sumiram da loja on-line da Tesco na quarta-feira, após a divulgação de uma disputa por um aumento de preços ligado à fraqueza da libra.
A libra caiu frente a outras 31 moedas de importância desde o triunfo do Brexit e está prestes a registrar o declínio anual mais acentuado desde a crise financeira de 2008.
As perdas aceleraram neste mês em meio à preocupação com que a primeira-ministra Theresa May coloque em risco o acesso ao mercado comum da UE para garantir um maior controle sobre a imigração.
A libra recuperou parte do território perdido na quarta-feira, quando May disse que permitiria que o Parlamento debatesse os planos do governo para sair do bloco, mas o rali perdeu força na quinta-feira.
Alta
Uma queda de 20 por cento na libra poderia provocar uma alta de 12 por cento a 13 por cento nos preços das importações no Reino Unido e aumentar os preços ao consumidor em 4 pontos porcentuais adicionais daqui a três ou quatro anos, disse Michael Saunders, membro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra.
“Muitas empresas se protegeram contra o potencial de um Brexit, mas elas adquiriram coberturas de curto prazo e muitas estão acabando agora. Quando eles tentam comprá-las de novo, elas são muito caras”, disse James Garvey, diretor de mercados de capitais do Lloyds Bank, em uma conferência na Bloomberg em Londres na quarta-feira.
Londres - As corporações britânicas estão perdendo a batalha contra as forças da inflação que avançam desde o triunfo do Brexit na votação de junho.
À medida que a libra esterlina atinge novos valores mínimos recordes - fato que aumenta o custo de importações como mirtilos sul-africanos e instalações hidráulicas italianas - o custo da proteção contra mais declínios cambiais está subindo muito.
O dilema para os comerciantes: transferir o custo ou suportar preços que corroem os lucros.
Veja o exemplo de Sofia Charalambous, que vende torneiras, espelhos e saboneteiras em sua empresa, a Bathroom Origins, com sede em Romford, Inglaterra.
As 50.000 libras (US$ 61.500) em euros que ela comprou com contratos de futuros cambiais, antes que o Reino Unido decidisse abandonar a União Europeia, se esgotaram.
Agora, ela tem que pagar a fornecedores franceses, italianos e espanhóis em libras que valem 15 por cento menos frente ao euro, e ela está se preparando para elevar os preços.
“Estamos em uma situação complicada porque não sabemos como cotar a libra”, diz Charalambous. “Não fazemos ideia do que está acontecendo”.
Sports Direct
Não só pequenas empresas como a Bathroom Origins, com cerca de 1 milhão de libras em vendas anuais, foram afetadas pela forte queda da libra após o Brexit.
A rede de produtos esportivos Sports Direct International disse na semana passada que as perdas com suas coberturas cambiais após um “flash crash” da libra poderiam diminuir os resultados em até 35 milhões de libras.
Movimentações das taxas de câmbio custaram à empresa aérea EasyJet, com sede no Reino Unido, cerca de 90 milhões de libras nos 12 meses encerrados no dia 30 de setembro.
Produtos da Unilever, da maionese Hellmann’s e ao sorvete Ben & Jerry’s e até a Marmite, uma pasta feita de extrato de levedura, sumiram da loja on-line da Tesco na quarta-feira, após a divulgação de uma disputa por um aumento de preços ligado à fraqueza da libra.
A libra caiu frente a outras 31 moedas de importância desde o triunfo do Brexit e está prestes a registrar o declínio anual mais acentuado desde a crise financeira de 2008.
As perdas aceleraram neste mês em meio à preocupação com que a primeira-ministra Theresa May coloque em risco o acesso ao mercado comum da UE para garantir um maior controle sobre a imigração.
A libra recuperou parte do território perdido na quarta-feira, quando May disse que permitiria que o Parlamento debatesse os planos do governo para sair do bloco, mas o rali perdeu força na quinta-feira.
Alta
Uma queda de 20 por cento na libra poderia provocar uma alta de 12 por cento a 13 por cento nos preços das importações no Reino Unido e aumentar os preços ao consumidor em 4 pontos porcentuais adicionais daqui a três ou quatro anos, disse Michael Saunders, membro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra.
“Muitas empresas se protegeram contra o potencial de um Brexit, mas elas adquiriram coberturas de curto prazo e muitas estão acabando agora. Quando eles tentam comprá-las de novo, elas são muito caras”, disse James Garvey, diretor de mercados de capitais do Lloyds Bank, em uma conferência na Bloomberg em Londres na quarta-feira.