Economia

Quatro instituições reduzem previsão de Selic em 2012

Revisões levam em conta os dados do PIB do primeiro trimestre e, agora, uma sinalização na ata de que o BC passou a se preocupar mais com a desaceleração da economia.

Economista chefe do Santander Asset Management inferiu que o BC passou a ver um maior grau de contágio da economia doméstica pela deterioração da crise externa (Divulgação/Banco Central)

Economista chefe do Santander Asset Management inferiu que o BC passou a ver um maior grau de contágio da economia doméstica pela deterioração da crise externa (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 14h19.

São Paulo - Quatro instituições privadas reduziram suas projeções de juros básicos após a divulgação nesta sexta-feira da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que em 30 de maio cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 8,50% ao ano. As revisões levam em conta os dados concretos de fraqueza da economia mostrados no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre (crescimento 0,2% sobre o quarto trimestre de 2011) e, agora, uma sinalização na ata de que o BC passou a se preocupar ainda mais com a desaceleração da economia. Reduziram as expectativas em relação à Selic em 2012 a Santander Asset Management, a Bradesco Corretora, o Barclays Capital e o BTG Pactual.

O economista-chefe da Santander Asset Management, Ricardo Denadai, que mantinha em seu cenário corte de 0,50 ponto em julho e Selic encerrando o ano em 8%, já contempla um corte adicional de 0,50 ponto em agosto, levando a Selic para 7,50% ao ano.

A avaliação dele é de que a ata, embora não tenha mostrado grandes alterações do ponto de vista da estrutura dos parágrafos, trouxe poucas, mas relevantes mudanças no sentido de ampliar para agosto o ciclo de corte da Selic. Após ler a ata, Denadai inferiu que o BC passou a ver um maior grau de contágio da economia doméstica pela deterioração da crise externa.

Em relatório distribuído a clientes, a equipe de analistas da Bradesco Corretora, comandada pelo economista Dalton Gardimam, também passou a trabalhar com mais dois cortes de 0,50 ponto da Selic - um em julho e outro em agosto. Segundo escreve no relatório a equipe da Bradesco Corretora, há poucas novidades na ata do Copom.

"O texto é quase uma cópia do texto de apresentação com números atualizados. Pequenas mudanças são as previsões de inflação mais baixas geradas pelo modelo do BC (ainda acima de 4,5% da meta para 2013) e uma reiteração mais explícita sobre o gradualismo da recuperação econômica esperada", afirmou. Para 2013, a corretora mantém a projeção de Selic a 9,50% ao ano.

O Barclays Capital, também por meio de relatório, informou aos clientes que revisou sua projeção em relação aos juros básicos para 7,5% em agosto. Ou seja, além do corte de 0,50 ponto já previsto para julho, a instituição considera agora mais uma redução na mesma magnitude na reunião do colegiado em agosto.

"A ata do Copom reproduz basicamente a mesma mensagem da ata de abril. Não expressa preocupação a mais sobre o panorama global, mas reconhece que a recuperação da atividade doméstica continua muito fraca e, mais importante, que apesar da depreciação do real está vendo melhor balanço de riscos para as perspectivas e inflação em 2012", afirmam.


No BTG Pactual, a equipe comandada pelo ex-diretor do Banco Central Eduardo Loyo informou aos clientes que acaba de revisar a projeção de Selic para 7,5%, com um corte de 0,50 ponto em julho e outro em agosto. A justificativa para o corte adicional em agosto é que as previsões do Copom na ata "incorporam explicitamente a contribuição líquida benigna das últimas evoluções para as perspectivas de inflação interna - com a desvalorização da moeda aparentemente compensada pela fraqueza da atividade -, juntamente com o arrasto da crise global para frente".

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