Economia

Protestos e eleições testarão quadro fiscal do país, diz S&P

Entre os principais desafios, a agência diz que o aumento do investimento na economia surge como uma das necessidades mais urgentes


	Um dos exemplos da permanência dos velhos problemas é o setor público: "Há décadas, existe dificuldade em se reformar o setor público, que continua a ser mais um obstáculo que um instrumento de dinamização da economia", diz a agência
 (Jose Cruz/ABr)

Um dos exemplos da permanência dos velhos problemas é o setor público: "Há décadas, existe dificuldade em se reformar o setor público, que continua a ser mais um obstáculo que um instrumento de dinamização da economia", diz a agência (Jose Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 15h34.

Londres - Ainda sem ter conseguido resolver velhos problemas econômicos, o Brasil enfrenta novos desafios. A avaliação é da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P).

"A nova classe média está aumentando a pressão por demandas que incluem a inflação baixa, melhores serviços públicos, infraestrutura e habitação", afirma a S&P, ao lembrar dos protestos que ganharam as ruas do país desde junho. Entre os principais desafios, a agência diz que o aumento do investimento na economia surge como uma das necessidades mais urgentes.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira, a S&P descreve que "os principais impedimentos para o aumento do investimento do setor público e privado estão no cerne dos problemas que o Brasil terá de resolver em período de cinco a dez anos para continuar seu processo de desenvolvimento econômico sustentável".

Um dos exemplos da permanência dos velhos problemas é o setor público: "Há décadas, existe dificuldade em se reformar o setor público, que continua a ser mais um obstáculo que um instrumento de dinamização da economia".

A agência reconhece que a dívida externa e o custo da dívida pública "diminuíram significativamente" ao longo dos últimos 14 anos. "No entanto, a dívida líquida do governo continua elevada. Durante décadas, o Brasil não conseguiu reformar amplamente o sistema previdenciário ou a estrutura tributária."

Mesmo sem ter resolvido a "velha pauta", o Brasil tem agora outra lista de prioridades. "Como as enormes manifestações de junho mostraram, o governo não está conseguindo atender às expectativas da população. Em grande medida, essa nova classe média está enfrentando uma infraestrutura do Brasil antigo, destinada a um tipo diferente de estrutura social", diz o documento, que cita que a reforma do setor público "é fundamental" para que sejam criadas condições para a solução do problema.

Para resolver a infraestrutura, o investimento terá de ser realizado com atenção à questão fiscal, adverte a S&P. "O aspecto crítico será lidar com os desafios novos e antigos e encontrar soluções que sejam consistentes com um caminho sustentável a médio e longo prazo", declara o texto. "Tal como no passado, uma abordagem sustentável de longo prazo é aquela que mantém a estabilidade econômica, limitando políticas inconsistentes e impulsionando o investimento do setor público e privado."

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