Protestos afetam as vendas de carros no Brasil
Executivo de grande montadora afirma que as manifestações geram incertezas no mercado e reduzem a confiança do consumidor, que pode adiar a compra
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2013 às 09h36.
São Paulo - As manifestações populares realizadas em diversas partes do País nos últimos dias começam a influenciar o mercado de veículos. As vendas ainda superam os resultados de maio, com alta de quase 4%, mas estão abaixo das expectativas das fabricantes para o mês de junho.
"Particularmente, acho que as vendas poderiam ser melhores", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Para ele, a onda de protestos "sem dúvida" tem impacto no setor automobilístico. "Evidentemente há dificuldade do consumidor em acessar a rede de revendas e com isso há alguma perda de vendas."
Outro executivo de uma grande montadora afirma que as manifestações geram incertezas no mercado e reduzem a confiança do consumidor, que pode adiar a compra.
"Quem precisa do carro vai comprar, mas quem pensava em trocar o atual por outro mais novo ou adquirir um segundo carro para a família pode esperar", afirma o executivo que pede para não ter o nome divulgado.
Moan afirma, contudo, que a produção de veículos não deve ser afetada, porque eventuais atrasos podem ser compensados com horas extras diárias e trabalho aos sábados.
As vendas neste mês, incluindo caminhões e ônibus, somam 266 mil veículos até terça-feira, 25, número 3,9% superior ao de igual período de maio. Só em automóveis e comerciais leves o crescimento é de 4,1%. Em relação a junho do ano passado, houve queda de 13,9% no total de licenciamentos no período. A média diária de vendas no mês, de 15.704 unidades, também está 3,9% acima do número do mês passado.
Segundo a LCA Consultores, desde o dia 17, quando os protestos se intensificaram por todo o País, houve queda de 12% na média diária de emplacamentos se comparado ao período entre os dias 3 e 14. "Provavelmente a queda é reflexo das manifestações, que já reduziram a confiança do consumidor e teve os efeitos diretos, como o fechamento de lojas e repartições públicas", explica Rodrigo Nishida, economista da LCA.
Desaceleração
O presidente da Anfavea avalia que o atual momento será superado e mantém projeção feita no início do ano de um aumento de 3,5% a 4,5% nas vendas de veículos em 2013 na comparação com 2012, para um total de 3,97 milhões de unidades. Ele admite, contudo, que haverá desaceleração do ritmo de crescimento do mercado a partir deste mês.
Os primeiros cinco meses de 2012 foram fracos em vendas, mas os números passaram a melhorar a partir de junho, após o governo reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "A base de comparação agora será mais forte", afirma Moan.
De janeiro a maio, as vendas cresceram 8,6% em relação ao mesmo período de 2012. Com os números parciais deste mês, a alta acumulada baixou para 6,8%, com 1,747 milhão de unidades.
Só em automóveis e comerciais leves foram licenciadas 1,653 milhão de unidades, 7,3% a mais que no ano anterior. A indústria automobilística responde por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial, por 5% do PIB total e por 13% da arrecadação brasileira de impostos, ressalta Moan.
São Paulo - As manifestações populares realizadas em diversas partes do País nos últimos dias começam a influenciar o mercado de veículos. As vendas ainda superam os resultados de maio, com alta de quase 4%, mas estão abaixo das expectativas das fabricantes para o mês de junho.
"Particularmente, acho que as vendas poderiam ser melhores", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Para ele, a onda de protestos "sem dúvida" tem impacto no setor automobilístico. "Evidentemente há dificuldade do consumidor em acessar a rede de revendas e com isso há alguma perda de vendas."
Outro executivo de uma grande montadora afirma que as manifestações geram incertezas no mercado e reduzem a confiança do consumidor, que pode adiar a compra.
"Quem precisa do carro vai comprar, mas quem pensava em trocar o atual por outro mais novo ou adquirir um segundo carro para a família pode esperar", afirma o executivo que pede para não ter o nome divulgado.
Moan afirma, contudo, que a produção de veículos não deve ser afetada, porque eventuais atrasos podem ser compensados com horas extras diárias e trabalho aos sábados.
As vendas neste mês, incluindo caminhões e ônibus, somam 266 mil veículos até terça-feira, 25, número 3,9% superior ao de igual período de maio. Só em automóveis e comerciais leves o crescimento é de 4,1%. Em relação a junho do ano passado, houve queda de 13,9% no total de licenciamentos no período. A média diária de vendas no mês, de 15.704 unidades, também está 3,9% acima do número do mês passado.
Segundo a LCA Consultores, desde o dia 17, quando os protestos se intensificaram por todo o País, houve queda de 12% na média diária de emplacamentos se comparado ao período entre os dias 3 e 14. "Provavelmente a queda é reflexo das manifestações, que já reduziram a confiança do consumidor e teve os efeitos diretos, como o fechamento de lojas e repartições públicas", explica Rodrigo Nishida, economista da LCA.
Desaceleração
O presidente da Anfavea avalia que o atual momento será superado e mantém projeção feita no início do ano de um aumento de 3,5% a 4,5% nas vendas de veículos em 2013 na comparação com 2012, para um total de 3,97 milhões de unidades. Ele admite, contudo, que haverá desaceleração do ritmo de crescimento do mercado a partir deste mês.
Os primeiros cinco meses de 2012 foram fracos em vendas, mas os números passaram a melhorar a partir de junho, após o governo reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "A base de comparação agora será mais forte", afirma Moan.
De janeiro a maio, as vendas cresceram 8,6% em relação ao mesmo período de 2012. Com os números parciais deste mês, a alta acumulada baixou para 6,8%, com 1,747 milhão de unidades.
Só em automóveis e comerciais leves foram licenciadas 1,653 milhão de unidades, 7,3% a mais que no ano anterior. A indústria automobilística responde por 23% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial, por 5% do PIB total e por 13% da arrecadação brasileira de impostos, ressalta Moan.