Economia

Projeção intacta de PIB 2020 reflete reforma da Previdência

Economistas revisaram para baixo, pela 11ª vez seguida, apostas para o crescimento do ano. Para 2020, expectativa segue em 2,5% pela 3ª semana

Economia brasileira: mercado está esperançoso de que o Congresso aprovará não somente uma reforma da Previdência robusta, mas outras que possam estimular a economia (Cunaplus_M.Faba/Getty Images)

Economia brasileira: mercado está esperançoso de que o Congresso aprovará não somente uma reforma da Previdência robusta, mas outras que possam estimular a economia (Cunaplus_M.Faba/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 18 de maio de 2019 às 08h00.

Última atualização em 18 de maio de 2019 às 08h00.

A expectativa de que o governo de Jair Bolsonaro aprovará uma reforma da Previdência relativamente robusta ainda em 2019 tem sustentado as previsões de que a recuperação econômica irá acelerar a partir do ano que vem.

Enquanto os economistas brasileiros revisaram para baixo, pela décima primeira vez seguida, a projeção para o crescimento em 2019 para 1,45%, o movimento não foi acompanhado por uma queda da projeção para o PIB de 2020, que segue em 2,50% pela terceira semana, segundo pesquisa semanal Focus.

"A expectativa de que a reforma avance é o que segura as projeções de crescimento de 2020", disse Aurélio Bicalho, economista-chefe da Vinland Capital, por telefone. Para a gestora, que vê um crescimento de 3% no ano que vem, ainda não há pressão para baixo sobre as estimativas para 2020.

Para Alberto Ramos, economista sênior do Goldman Sachs, o mercado está esperançoso de que o Congresso aprovará não somente uma reforma da Previdência robusta, mas outras reformas que possam estimular a economia. "Se isso não se materializar, o cenário para crescimento em 2020 será seriamente afetado", disse Ramos, em entrevista por meio eletrônico.

Roberto Secemski, do Barclays, projeta um crescimento de 1,2% para a economia em 2019, mas segue confortável com a estimativa para 2020, de crescimento de 2,6%. "Temos uma visão construtiva para atividade a partir da segunda metade deste ano, incluindo 2020, baseada na hipótese de aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados no terceiro trimestre", disse Secemski.

O economista-chefe do Haitong, Flavio Serrano, também acredita que, com a aprovação da reforma, é possível crescer mais em 2020, mas pondera que se as revisões negativas de 2019 continuarem acontecendo ao longo do ano, os economistas precisarão mudar seus números também para 2020. “Continuamos otimistas, mas realidade está sendo dura com a gente”, afirmou.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGoverno BolsonaroPIB do BrasilReforma da Previdência

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto