Professor da UnB diz que política do BC é eficaz para conter inflação
Para o chefe do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, apesar das críticas, ação do banco central consegue segurar a alta dos preços
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2010 às 11h19.
Brasília - A estabilidade do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrada em junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é resultado da ação do Banco Central (BC), avalia o chefe do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Ellery. Segundo ele, apesar das críticas, o BC agiu de forma correta ao aumentar a taxa básica de juros.
Outro fator que influenciou o resultado de estabilidade (0,0%) foi a deflação apurada nos preços dos alimentos em junho (-0,90%), ante alta de 0,28% em maio. Em junho, os alimentos contribuíram com -0,20 ponto porcentual para a taxa do IPCA, ante uma contribuição positiva de 0,06 ponto porcentual em maio. O professor confirma o impacto dos preços dos alimentos e atribui principalmente as variações a fatores sazonais e ao mercado internacional.
Para o consumidor, a notícia é boa. De acordo com Roberto Ellery, "quando o IPCA está muito alto, prejudica os consumidores, principalmente os de baixa renda.". Para ele, os brasileiros têm consumido mais por causa da redução da inflação. "Desde 1999, o Banco Central tem se mostrado muito eficaz em sua política monetária e, por isso, as pessoas de mais baixa renda estão conseguindo comprar bens de consumo duráveis", afirmou.
A previsão do economista é que o BC continue o aperto monetário até o fim do ano. "O ciclo, no máximo, deve registrar estabilidade."