Economia

Produção de veículos recua 23,2% em um ano

A redução de ritmo na produção de veículos atinge principalmente os automóveis e os caminhões


	Carros: a redução de ritmo na produção de veículos atinge principalmente os automóveis e os caminhões
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Carros: a redução de ritmo na produção de veículos atinge principalmente os automóveis e os caminhões (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 12h09.

Rio - A produção de veículos recuou 23,2% em abril ante igual mês de 2014, resultado que pressionou o total da indústria (-7,6% nesta base de comparação), afirmou nesta terça-feira, 02, André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da 14ª queda seguida no segmento neste tipo de confronto.

"Isso reflete situação do setor de veículos como um todo, com redução de jornada de trabalho, redução de pessoal ocupado. Esse setor industrial vem tentando adequar sua produção corrente à demanda existente", explicou Macedo. 

"O nível de estoque está acima de seu padrão habitual. Toda a redução de ritmo observada mês a mês objetiva normalizar essa variável importante", acrescentou.

A redução de ritmo na produção de veículos atinge principalmente os automóveis e os caminhões. Porém, eles não são os únicos a registrar perdas na atividade.

Segundo o gerente do IBGE, quase 90% dos produtos investigados no setor de veículos mostram queda no ritmo em abril ante abril de 2014. Essa fatia chega a 92% quando levado em conta o desempenho acumulado no ano.

"Os automóveis e caminhões são mais impactados, e as peças vêm a reboque", disse Macedo.

Ainda segundo ele, outros setores da indústria de transformação são puxados pelo mau resultado de veículos, como metalurgia, borrachas e plásticos. Todos eles exibem queda na produção no acumulado de 2015.

Indústria farmacêutica

Ainda de acordo com o gerente do IBGE, a pressão de custo devido à importação de matérias-primas pode estar por trás do mau desempenho recente da produção farmacêutica.

Além disso, a desaceleração da renda das famílias também pode ter diminuído a demanda por esse tipo de bem.

Em abril, o setor registrou queda de 5,3% na atividade ante março e recuo de 23,5% na comparação com abril do ano passado, com destaque negativo para os medicamentos.

"É um comportamento distinto de 2014. O início de ano exibe comportamento de queda para além da volatilidade.

Talvez a pressão de custos, em função de esse segmento trabalhar com matérias-primas importadas, possa ser importante.

Também depende da renda. Dado o momento atual de redução do consumo das famílias, isso também pode estar por trás", explicou Macedo.

Dentro dos bens de consumo semi e não duráveis, a indústria farmacêutica teve recuo de 19,8% na produção no primeiro quadrimestre deste ano em relação a igual período de 2014.

Indústria extrativa

Na contramão do desempenho da indústria de transformação, o setor extrativo exibiu em abril a quinta alta consecutiva na atividade, puxado pela extração de minério de ferro e de petróleo.

O avanço foi de 1,5% ante março, informou hoje IBGE. "Em qualquer comparação que a gente observe, esse setor é destaque", afirmou Macedo. Na comparação com abril do ano passado, a alta foi de 11,1%.

"Isso se deve tanto à extração de minério de ferro quanto de petróleo. Os dois, de alguma forma, vêm retratando investimentos que foram feitos no passado, com aumento de capacidade produtiva e plataformas que foram colocadas no processo de produção", explicou.

A indústria em geral, porém, registrou perda de 1,2% no período, segundo o IBGE.

"A indústria extrativa exibe comportamento totalmente distinto do setor de transformação", disse.

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