Economia

Produção de uva sem sementes aumenta no Brasil

A Embrapa vai lançar a variedade Isis, que passará a ser o quinto tipo de uva sem sementes criada a partir de pesquisas do órgão

Uva: o produtor de uva no Brasil terá à sua disposição, a partir deste mês, mais uma variedade sem sementes da fruta (Wikimedia Commons)

Uva: o produtor de uva no Brasil terá à sua disposição, a partir deste mês, mais uma variedade sem sementes da fruta (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 08h51.

Rio de Janeiro - O produtor de uva no Brasil terá à sua disposição, a partir deste mês, mais uma variedade sem sementes da fruta. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai lançar a variedade Isis, que passará a ser o quinto tipo de uva sem sementes criada a partir de pesquisas do órgão. As outras são Clara, Linda e Morena, lançadas em 2003. No ano passado foi criada a variedade Vitória.

Alexandre Hoffmann, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, informou que todas elas foram desenvolvidas em Petrolina (Pernambuco) e permitem que o produtor possa contar com uma tecnologia gerada no próprio país. "O Brasil, como é vanguarda em diversas áreas de tecnologia, também é vanguarda nas variedades de uvas tanto com sementes quanto sem sementes, disponíveis aos produtores", disse à Agência Brasil.

O técnico informou que o aumento do consumo de uvas sem sementes no Brasil provocou o crescimento da produção da fruta na região de Petrolina. Antes desse movimento, segundo ele, a maior parte da produção se destinava à exportação. "Houve um aumento da demanda e da concorrência no mercado externo. Isso fez com que aumentasse a oferta no mercado brasileiro. Isso significa a possibilidade de o consumidor, hoje, ter acesso a um produto de maior qualidade que há poucos anos, quando só encontrava com alto preço e importado", destacou.

Segundo Hoffmann, em 2012 foram produzidas no Brasil 1,5 milhão de toneladas de uvas com e sem sementes, sendo 600 mil toneladas destinadas ao consumo in natura. No caso das chamadas uvas de mesa, há produção também na Bahia, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.


Com o aumento de produção, além do acesso a um produto de maior qualidade, o consumidor no Brasil passou a encontrar com mais facilidade nos mercados uma fruta considerada importante no combate a alguns tipos de doenças.

A chefe do Serviço de Nutrição do Instituto Nacional de Cardiologia, Andréa Damazio, disse que todas as qualidades de uvas são ricas em vitamina C e A, potássio e fibras. Por isso, é classificada de alimento funcional, com propriedades que favorecem o organismo e podem ser usadas para combater ou evitar doenças.

"O potássio é importante para evitar cãimbras e para manter a pressão arterial normal. A vitamina A é importante para a visão, a constituição da pele, e é um antioxidante importante. A vitamina C está ligada ao combate a infecções e a resfriados. As fibras são importantes para o bom funcionamento intestinal. As propriedades antioxidantes combatem os radicais livres, o envelhecimento precoce e têm ação anticancerígena. As uvas arroxeadas têm ainda mais substâncias ativas que as verdes, como:carotenos, catequinas, antocianina e flavonoides", explicou.

Andréa Damazio esclareceu que uvas do tipo arroxeadas, como a crimson, que também é uma qualidade sem semente produzida em Petrolina (Pernambuco), mas de origem estrangeira, têm na casca o resveratrol, um composto fenólico cardioprotetor. "Devido à sua ação antiagregação plaquetária e redutora de triglicerídeos, e também da ação antioxidante, diminuindo a incidência de Alzheimer e reduzindo a oxidação das gorduras e as placas de arterioesclerose", informou.

A nutricionista disse ainda que o indicado é consumir, por dia, uma porção de 100 gramas da fruta, o equivalente a 10 unidades.

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