Economia

Produção da Opep atinge recorde em outubro, diz AIE

Relatório evidencia o desafio que a Opep enfrentará para seguir adiante com planos de reduzir sua produção

Plataforma de petróleo: produção de petróleo bruto da Opep subiu 230 mil barris por dia (bpd) em outubro (Oscar Cabral/Reprodução)

Plataforma de petróleo: produção de petróleo bruto da Opep subiu 230 mil barris por dia (bpd) em outubro (Oscar Cabral/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 09h33.

Paris - A produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) atingiu recorde em outubro e deverá continuar elevada neste mês, segundo relatório mensal divulgado hoje pela Agência Internacional de Energia (AIE).

O documento evidencia o desafio que a Opep enfrentará para seguir adiante com planos de reduzir sua produção.

Em setembro, a Opep fechou um acordo provisório para cortar sua produção em até 2%, numa tentativa de impulsionar os preços do petróleo, que estão em trajetória de queda desde meados de 2014. Alguns integrantes do grupo, no entanto, têm mostrado relutância em participar da iniciativa.

A expectativa é que a Opep finalize o acordo numa reunião de cúpula no próximo dia 30, em Viena.

No documento de hoje, a AIE informa que a produção de petróleo bruto da Opep subiu 230 mil barris por dia (bpd) em outubro, alcançando o recorde de 33,83 milhões de bpd.

Esse nível indica que o grupo precisaria cortar sua produção entre 830 mil e 1,33 milhão de bpd para chegar ao teto do intervalo que definiu em setembro, durante negociações na Argélia.

"Não podemos prever o resultado da reunião de 30 de novembro, mas podemos ver a escala da tarefa adiante", comentou a AIE, que presta consultoria sobre políticas de energia a países industrializados.

A produção da Opep avançou pelo quinto mês consecutivo em outubro, graças à maior contribuição da Nigéria, da Líbia e também do Iraque, que produziu 4,59 milhões de bpd no mês passado, um patamar inédito e 100 mil bpd acima do resultado de setembro.

A proposta da Opep de reduzir a oferta global também é desafiada por produtores de fora do cartel, como Brasil, Rússia, Canadá, e Casaquistão, que vêm ampliando sua produção, notou a AIE.

"Isso significa que 2017 poderá será outro ano de crescimento desenfreado na oferta global, similar ao visto em 2016", avaliou a agência.

A AIE manteve a projeção de que a demanda global por petróleo crescerá 1,2 milhão de barris por dia neste e no próximo ano, apesar da tendência de queda nos preços do petróleo.

Por outro lado, a AIE revisou para cima sua previsão para a oferta de fora da Opep, graças a uma perspectiva mais otimista para a Rússia.

Já os estoques globais de petróleo avançaram pelo segundo mês consecutivo em setembro, ao mostrarem alta de 17,1 milhões de barris, apontou a AIE.

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