Previsões apontam piora no desemprego
Economistas projetam piora nos índices de desemprego, que reagem com atraso em relação aos indicadores macroeconômicos
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2016 às 09h26.
Rio - Desde que a deterioração no mercado de trabalho começou, como consequência da crise econômica e política, o País ganhou 5,397 milhões de desempregados , de acordo com os dados da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).
"Os indicadores começam a piorar na virada de 2013 para 2014, mas o mercado de trabalho demora mais um pouco a reagir à virada nos indicadores de atividade", lembrou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura CTVM, responsável pelo cálculo no saldo de desempregados.
Silveira ressalta que o crescimento na fila do desemprego começa em novembro de 2014 e desde então avança a galopes. "A partir daí, a desocupação sobe todo mês. Não tem refresco, é uma subida só", disse.
Da mesma forma que o mercado de trabalho demorou a demitir quando a atividade econômica começou a falhar, o emprego também deve levar um tempo antes de reagir quando o Produto Interno Bruto (PIB) do País enfim começar a se recuperar.
"O mercado de trabalho deve começar a se estabilizar no primeiro trimestre do ano que vem", previu Silveira.
Ainda mais cético, Mauricio Nakahodo, economista do MUFG (Mitsubishi UFJ Financial Group), dono do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil, estima que a estabilização só comece no segundo semestre de 2017. "No final do ano que vem a taxa de desemprego começa a recuar", disse Nakahodo.
Prazo
O consenso entre analistas, no geral, é que a taxa de desemprego piore pelo menos até o fim do ano. O resultado de 11,6% registrado no trimestre encerrado em julho já poderia ter sido mais agudo, não fosse a realização dos Jogos Olímpicos no Rio. É provável que a competição tenha ajudado a manter empregos na região.
O resultado do impacto do evento sobre o mercado de trabalho, entretanto, só poderá ser medido em novembro, quando a taxa de desocupação estará livre de possíveis influências da Rio 2016, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
"A situação do Rio pode estar menos favorável do que está apresentando", disse.
O pesquisador lembrou que, ao retirar "esse ruído" sobre a taxa de desemprego, pode ser que o resultado mude não apenas na região beneficiada pelo evento, mas também o resultado nacional, "porque o Rio tem peso (relevante) na pesquisa."
Os dados de desemprego continuarão ruins, refletindo no mercado de trabalho a desaceleração econômica, afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Segundo ele, o PIB brasileiro do segundo trimestre até poderá vir um pouco melhor, mas o emprego e a renda continuarão a enfrentar ajustes. "Esse é o objetivo da política econômica e está tendo êxito", disse o economista.
Perfeito espera que o PIB, que será divulgado nesta quarta-feira, 31, pelo IBGE, encerre o segundo trimestre com crescimento de 0,6% em relação ao primeiro trimestre do ano.
"Estou mais otimista que meus colegas economistas, porque a indústria veio bem no trimestre e porque a balança comercial também veio bem", disse.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio - Desde que a deterioração no mercado de trabalho começou, como consequência da crise econômica e política, o País ganhou 5,397 milhões de desempregados , de acordo com os dados da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ).
"Os indicadores começam a piorar na virada de 2013 para 2014, mas o mercado de trabalho demora mais um pouco a reagir à virada nos indicadores de atividade", lembrou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura CTVM, responsável pelo cálculo no saldo de desempregados.
Silveira ressalta que o crescimento na fila do desemprego começa em novembro de 2014 e desde então avança a galopes. "A partir daí, a desocupação sobe todo mês. Não tem refresco, é uma subida só", disse.
Da mesma forma que o mercado de trabalho demorou a demitir quando a atividade econômica começou a falhar, o emprego também deve levar um tempo antes de reagir quando o Produto Interno Bruto (PIB) do País enfim começar a se recuperar.
"O mercado de trabalho deve começar a se estabilizar no primeiro trimestre do ano que vem", previu Silveira.
Ainda mais cético, Mauricio Nakahodo, economista do MUFG (Mitsubishi UFJ Financial Group), dono do Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ Brasil, estima que a estabilização só comece no segundo semestre de 2017. "No final do ano que vem a taxa de desemprego começa a recuar", disse Nakahodo.
Prazo
O consenso entre analistas, no geral, é que a taxa de desemprego piore pelo menos até o fim do ano. O resultado de 11,6% registrado no trimestre encerrado em julho já poderia ter sido mais agudo, não fosse a realização dos Jogos Olímpicos no Rio. É provável que a competição tenha ajudado a manter empregos na região.
O resultado do impacto do evento sobre o mercado de trabalho, entretanto, só poderá ser medido em novembro, quando a taxa de desocupação estará livre de possíveis influências da Rio 2016, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
"A situação do Rio pode estar menos favorável do que está apresentando", disse.
O pesquisador lembrou que, ao retirar "esse ruído" sobre a taxa de desemprego, pode ser que o resultado mude não apenas na região beneficiada pelo evento, mas também o resultado nacional, "porque o Rio tem peso (relevante) na pesquisa."
Os dados de desemprego continuarão ruins, refletindo no mercado de trabalho a desaceleração econômica, afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Segundo ele, o PIB brasileiro do segundo trimestre até poderá vir um pouco melhor, mas o emprego e a renda continuarão a enfrentar ajustes. "Esse é o objetivo da política econômica e está tendo êxito", disse o economista.
Perfeito espera que o PIB, que será divulgado nesta quarta-feira, 31, pelo IBGE, encerre o segundo trimestre com crescimento de 0,6% em relação ao primeiro trimestre do ano.
"Estou mais otimista que meus colegas economistas, porque a indústria veio bem no trimestre e porque a balança comercial também veio bem", disse.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.