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Economia do Brasil encolhe pelo 4º tri seguido, mostra BC

A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda 0,60 por cento em setembro

Indústria: a expectativa em pesquisa da Reuters era de queda 0,60 por cento em setembro (zhudifeng/ThinkStock)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2015 às 10h50.

São Paulo - A economia brasileira encerrou o terceiro trimestre com contração de 1,41 por cento, o quarto seguido de perdas num cenário de profunda recessão e que não indica melhora antes do segundo semestre de 2016.

Só em setembro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) --espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB)-- divulgado nesta quarta-feira, houve queda de 0,50 por cento, depois de cair 0,76 por cento em agosto.

O resultado de setembro, o quarto mês seguido de perdas este ano na base mensal, foi levemente melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de queda de 0,60 por cento.

O terceiro trimestre é o quarto seguido em que o IBC-Br mostra recuo, após taxas negativas de 2,09 por cento no segundo, 1,05 por cento no primeiro e de 0,50 por cento no quarto trimestre de 2014.

"Talvez vejamos algum fôlego no segundo semestre de 2016, quando devemos sair desse vale de mercado de trabalho ruim e desaceleração da renda, e estaria mais claro qual o cenário da questão fiscal", disse a economista do banco ABC Brasil Natalia Cotarelli, para quem o PIB deve encolher 3,2 e 2 por cento em 2015 e 2016, respectivamente.

O BC ainda apontou que o IBC-Br caiu 5,85 por cento em setembro sobre o mesmo mês do ano passado, chegando à queda acumulada de 3,37 por cento no ano e de 2,73 por cento em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.

Cenário fiscal e Indústria

O resultado do IBC-Br evidencia ainda mais o cenário de recessão do país, na qual o Brasil entrou no segundo trimestre, quando encolheu 1,9 por cento sobre os três meses anteriores segundo os dados do IBGE.

Nesse ambiente, os resultados negativos de vários setores da atividade vêm se repetindo de forma recorrente, somando-se aos juros e inflação altos, piora do mercado de trabalho e confiança em deterioração, num momento em que as incertezas políticas e fiscais.

"É difícil enxergar quando haverá uma virada da economia porque depende muito da confiança, mas esperamos estabilização ao redor do segundo semestre do ano que vem", avaliou o economista da consultoria Tendências Rafael Bacciotti, que projeta contração do PIB de 3,2 por cento este ano e de 2 por cento em 2016.

Um dos fatores, segundo ele, que devem ajudar é a valorização do dólar, de cerca de 40 por cento este ano, uma vez que melhora a competitividade de alguns setores e eleva as exportações.

Em setembro, a produção industrial registrou queda de 1,3 por cento sobre agosto, pior resultado para o mês na série histórica, enquanto as vendas no varejo recuaram 0,5 por cento.

Segundo analistas, a contração é generalizada entre os setores e pressionam o PIB para baixo de maneira equivalente. Mas eles lembram que os problemas da indústria começaram mais cedo e contaminaram os outros, principalmente serviços, que tem o maior peso nas contas nacionais.

"Serviços têm peso negativo maior no PIB, mas a indústria tem tido resultados bem negativos. Alguns serviços, como transportes, são ligados a indústria e quando ela cai tem esse contágio", completou Natalia, do ABC Brasil.

Segundo a pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, a expectativa é de que o PIB registre contração de 3,10 por cento este ano, com a fraqueza avançando para 2016, quando a queda esperada é de 2 por cento.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, assim como o impacto dos impostos sobre os produtos.

Texto atualizado às 11h49.

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São Paulo - A economia brasileira encerrou o terceiro trimestre com contração de 1,41 por cento, o quarto seguido de perdas num cenário de profunda recessão e que não indica melhora antes do segundo semestre de 2016.

Só em setembro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) --espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB)-- divulgado nesta quarta-feira, houve queda de 0,50 por cento, depois de cair 0,76 por cento em agosto.

O resultado de setembro, o quarto mês seguido de perdas este ano na base mensal, foi levemente melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters com analistas, de queda de 0,60 por cento.

O terceiro trimestre é o quarto seguido em que o IBC-Br mostra recuo, após taxas negativas de 2,09 por cento no segundo, 1,05 por cento no primeiro e de 0,50 por cento no quarto trimestre de 2014.

"Talvez vejamos algum fôlego no segundo semestre de 2016, quando devemos sair desse vale de mercado de trabalho ruim e desaceleração da renda, e estaria mais claro qual o cenário da questão fiscal", disse a economista do banco ABC Brasil Natalia Cotarelli, para quem o PIB deve encolher 3,2 e 2 por cento em 2015 e 2016, respectivamente.

O BC ainda apontou que o IBC-Br caiu 5,85 por cento em setembro sobre o mesmo mês do ano passado, chegando à queda acumulada de 3,37 por cento no ano e de 2,73 por cento em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.

Cenário fiscal e Indústria

O resultado do IBC-Br evidencia ainda mais o cenário de recessão do país, na qual o Brasil entrou no segundo trimestre, quando encolheu 1,9 por cento sobre os três meses anteriores segundo os dados do IBGE.

Nesse ambiente, os resultados negativos de vários setores da atividade vêm se repetindo de forma recorrente, somando-se aos juros e inflação altos, piora do mercado de trabalho e confiança em deterioração, num momento em que as incertezas políticas e fiscais.

"É difícil enxergar quando haverá uma virada da economia porque depende muito da confiança, mas esperamos estabilização ao redor do segundo semestre do ano que vem", avaliou o economista da consultoria Tendências Rafael Bacciotti, que projeta contração do PIB de 3,2 por cento este ano e de 2 por cento em 2016.

Um dos fatores, segundo ele, que devem ajudar é a valorização do dólar, de cerca de 40 por cento este ano, uma vez que melhora a competitividade de alguns setores e eleva as exportações.

Em setembro, a produção industrial registrou queda de 1,3 por cento sobre agosto, pior resultado para o mês na série histórica, enquanto as vendas no varejo recuaram 0,5 por cento.

Segundo analistas, a contração é generalizada entre os setores e pressionam o PIB para baixo de maneira equivalente. Mas eles lembram que os problemas da indústria começaram mais cedo e contaminaram os outros, principalmente serviços, que tem o maior peso nas contas nacionais.

"Serviços têm peso negativo maior no PIB, mas a indústria tem tido resultados bem negativos. Alguns serviços, como transportes, são ligados a indústria e quando ela cai tem esse contágio", completou Natalia, do ABC Brasil.

Segundo a pesquisa Focus do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, a expectativa é de que o PIB registre contração de 3,10 por cento este ano, com a fraqueza avançando para 2016, quando a queda esperada é de 2 por cento.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, assim como o impacto dos impostos sobre os produtos.

Texto atualizado às 11h49.

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