Economia

Prévia da inflação sobe 0,35% em agosto, abaixo do esperado

Resultado divulgado nesta quarta-feira veio abaixo das estimativas da Reuters de alta de 0,40 por cento

R

Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2017 às 09h26.

Última atualização em 23 de agosto de 2017 às 10h03.

São Paulo - A prévia da inflação oficial do Brasil subiu menos do que o esperado em agosto, com nova queda dos preços de alimentos, e em 12 meses foi ao menor nível em quase 20 anos, mantendo o espaço para que o Banco Central siga com a trajetória mais forte de corte dos juros básicos.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,35 por cento em agosto, depois de ter recuado 0,18 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Em 12 meses, o indicador acumulou alta de 2,68 por cento, menor patamar desde março de 1999 (+2,64 por cento). Com isso, o indicador ficou ainda mais abaixo do piso da meta oficial deste ano, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Ambos os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters junto a analistas, de avanço mensal de 0,40 por cento e alta de 2,73 por cento no acumulado de 12 meses.

Segundo o IBGE, em agosto o grupo Alimentação e Bebidas, que responde por 25 por cento das despesas das famílias, recuou 0,65 por cento, no terceiro mês seguido de queda dos preços. Os destaques foram os preços do feijão-carioca (-13,89 por cento), batata-inglesa (-13,06 por cento) e leite longa vida (-3,86 por cento).

Também apresentaram queda os preços de Comunicação, de 0,32 por cento, e de Vestuário, de 0,29 por cento.

Na outra ponta, os grupos Transportes e Habitação registraram as maiores altas no mês, respectivamente de 1,35 e 1,01 por cento. Somente os combustíveis subiram 5,96 por cento, enquanto a tarifa de energia elétrica teve alta de 4,27 por cento com a entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha.

Com a pressão inflacionária contida e fraca atividade econômica, o BC vem reduzindo a taxa básica de juros desde outubro passado, levando-a aos atuais 9,25 por cento após redução total de 5 pontos percentuais.

A autoridade monetária volta a se reunir no início de setembro, e a expectativa de economistas na pesquisa Focus é de manutenção do corte de 1 ponto, como nos três encontros anteriores, com a Selic terminando o ano 7,5 por cento.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraIBGEInflação

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal