Economia

Pressionado por Trump, Fed divulga sua visão de futuro

Nesta semana, Trump disse não estar “animado” com Powell e os aumentos de juros que, para ele, prejudicam a economia americana.

JEROME POWELL: o presidente do Fed vem sendo pressionado para segurar o aumento dos juros  / REUTERS/Yuri Gripas (Yuri Gripas/Reuters)

JEROME POWELL: o presidente do Fed vem sendo pressionado para segurar o aumento dos juros / REUTERS/Yuri Gripas (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 06h20.

Última atualização em 22 de agosto de 2018 às 10h12.

O Federal Reserve, banco central americano, divulga nesta quarta-feira a ata da reunião que terminou no dia 1º. de agosto. Nessa data, o Fed decidiu interromper o ciclo de alta dos juros e manteve a taxa entre 1,75% e 2% ao ano – o que era esperado pelos analistas.

Como sempre acontece, os investidores buscarão, na ata do Fed, pistas do que poderá acontecer nas próximas reuniões do BC americano, marcadas para setembro, novembro e dezembro. A expectativa é que o Fed faça ao menos mais um aumento dos juros neste ano, já que a economia dos Estados Unidos está crescendo e o desemprego está baixo.

Isso deve acontecer apesar das críticas insistentes de Donald Trump a Jerome Powell, que ele próprio indicou para comandar o Fed. Nesta semana, Trump disse não estar “animado” com Powell e os aumentos de juros que, para ele, prejudicam a economia americana. A declaração fez o dólar perder força frente a outras moedas, mas não em relação ao real, impactado pelos resultados das pesquisas eleitorais.

Uma ata que indique um aperto monetário mais duro que o previsto pode gerar ainda mais pressão sobre os mercados emergentes – e o Brasil, em particular. Como reflexo da tensão eleitoral, da crise na Turquia e também da alta de juros nos Estados Unidos, o real e a bolsa brasileira têm desvalorizado.

Ontem (21/8), o dólar fechou cotado a 4 reais pela primeira vez desde fevereiro de 2016 – antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff, portanto. O Ibovespa caiu 8% desde o começo do mês, para cerca de 75.000 pontos.

Outro evento que deve influenciar o desempenho dos mercados emergentes é o encontro de Jackson Hole, um resort americano, que reúne dirigentes dos bancos centrais de diferentes países. O discurso de Jerome Powell, que comandará a conferência neste ano, está marcado para sexta-feira, dia 24.

A corretora Guide lembra que o evento, que acontece desde 1978 e é organizado pelo Fed de Kansas, tem antecipado tendências. Em 2012, por exemplo, Ben Bernanke, então presidente do Fed, indicou ali que faria uma nova rodada de estímulos monetários. Em 2014, Mario Draghi, do BC europeu, sinalizou mais estímulos para a região.

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