Economia

Presidente do Bradesco enxerga crédito mais moderado em 2015

O banco anunciou nesta quinta-feira, 29, projeções mais tímidas para o crescimento dos empréstimos em 2015


	Bradesco: segundo presidente do banco, crescimento da economia foi adequado à realidade do país
 (Pedro Lobo/Bloomberg News)

Bradesco: segundo presidente do banco, crescimento da economia foi adequado à realidade do país (Pedro Lobo/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 14h19.

São Paulo - Moderação deve ser a tônica para o crédito em 2015 na avaliação do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.

O banco anunciou nesta quinta-feira, 29, projeções mais tímidas para o crescimento dos empréstimos em 2015.

O Bradesco espera avanço de 5% a 9% ante intervalo de alta de 7% a 11% no ano passado.

A carteira cresceu 6,5%, abaixo da meta.

"Temos bases importantes para enfrentar desafios de 2015. O desempenho do Bradesco em 2014 foi satisfatório e correspondeu a expectativas do orçamento do ano em um ano particular e desafiador", disse Trabuco.

Ele destacou, porém, que 2014 não foi tão favorável em termos de Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o presidente do banco, o crescimento da economia foi adequado à realidade do país.

O executivo comemorou o fato de o banco ter alcançado a meta de eficiência e ter entregue retorno acima dos 20% pelo quarto trimestre consecutivo.

"O novo governo e a nova equipe econômica são realistas e devem colocar o País em já 2016 em uma rota de crescimento estável e duradouro", destacou Trabuco.

Ajuste

Para o presidente do Bradesco, o ano de 2015 será de ajuste do ciclo econômico brasileiro.

"Temos um horizonte de ajustes que pretende alinhar a economia aos pilares fiscal, monetário e cambial", disse.

Apesar de ressaltar que o cenário para 2015 é de ajuste, ele informa que o Bradesco vai investir R$ 1 bilhão para modernizar e ampliar a estrutura de atendimento aos clientes.

Os recursos serão destinados à reestruturação das agências do banco, com foco na capacidade instalada de atendimento.

Sobre 2014, Trabuco afirma que o resultado do banco no ano passado deve ser analisado sob a ótica do esforço contínuo e determinado pela eficiência.

"Nós iniciamos um processo intensivo de busca da eficiência, principalmente depois de inaugurarmos mil agências em um semestre. Desde então, nossa obsessão é alcançar ganhos sucessivos de eficiência, em todas as nossas linhas de negócio", acrescentou ele.

O índice de eficiência operacional (IEO) do Bradesco acumulado em 12 meses teve a quarta melhora seguida, com queda de 0,7 ponto porcentual ao final de dezembro, para 39,2% ante 39,9% em setembro.

Trata-se do menor nível histórico registrado pelo banco. O indicador, que mostra a capacidade do banco de cobrir seus custos em relação à produção de riquezas, ficou dentro da meta divulgada pelo Bradesco para o final de 2014, de aproximadamente 39%.

Em 2014, o lucro líquido contábil do Bradesco foi a R$ 15,089 bilhões, cifra 25,6% maior em relação ao de 2013, que ficou em R$ 12,011 bilhões.

No conceito ajustado, que leva em conta eventos extraordinários, o resultado foi de R$ 15,359 bilhões, aumento de 25,9% ante 2013, de R$ 12,202 bilhões.

Ao final de dezembro, o Bradesco atingiu a marca de mais de R$ 1 trilhão em ativos, montante 13,6% maior que o registrado em um ano e 4,5% superior ante setembro.

O patrimônio líquido do Bradesco totalizava R$ 81,508 bilhões, avanço de 14,9% em um ano. Na comparação com o valor visto ao final de setembro aumentou 2,9%.

Inadimplência

O diretor gerente e de Relações com Investidores do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, disse que a expectativa é de que os índices de inadimplência neste ano fiquem estáveis.

No quarto trimestre de 2014, a inadimplência do Bradesco, considerando os atrasos acima de 90 dias, reverteu a trajetória de alta vista há dois trimestres, encerrando os últimos três meses do ano passado 0,1 ponto porcentual menor, para 3,5%, ante o período imediatamente anterior, de 3,6%.

Na comparação anual, os calotes, conforme o banco, ficaram estáveis.

Em relação aos níveis de provisionamento, o executivo citou que o banco estima manutenção dos níveis atuais e enfatizou que a instituição financeira mantém um "colchão" adicional.

O saldo de provisões para devedores duvidosos do Bradesco, sem as provisões para garantias prestadas, foi a R$ 22,724 bilhões ao final de dezembro, aumento de 2,1% ante setembro e de 6,4% em um ano.

Já considerando a provisão para garantias prestadas, em dezembro de 2014, o total de PDDs foi a R$ 23,146 bilhões, aumento de 2,3% no trimestre (R$ 22,623 bilhões) e de 6,7% em 12 meses (R$ 21,687 bilhões).

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