Economia

Presidente do Bradesco diz que "Brasil parou de piorar"

De acordo com Luiz Carlos Trabuco, mais do que um discurso otimista sobre a economia, suas palavras estão ancoradas em indicadores

Luiz Carlos Trbuco: "o Brasil parou de piorar. Já chegamos ao fundo do poço e temos possibilidades" (Bloomberg/Paulo Fridman/Bloomberg)

Luiz Carlos Trbuco: "o Brasil parou de piorar. Já chegamos ao fundo do poço e temos possibilidades" (Bloomberg/Paulo Fridman/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 12h43.

São Paulo - A pior fase da economia brasileira já passou, na opinião do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Agora, é preciso, conforme ele, colocar a economia para andar na esteira do retorno da confiança no País.

"O Brasil parou de piorar. Já chegamos ao fundo do poço e temos possibilidades. O pior passou. A confiança está voltando. É simplesmente colocar a economia para funcionar", destacou Trabuco, em teleconferência com a imprensa, na manhã desta quinta-feira.

De acordo com ele, mais do que um discurso otimista, suas palavras estão ancoradas em indicadores. Os preços dos ativos como câmbio, bolsa e juros antecipam, como sempre ocorre em processos de saída de ciclos mais duros, o processo de retomada.

Da parte do Bradesco, Trabuco afirmou que o banco está preparado para enfrentar 2017 com nível bom de capital e excelente de provisionamento.

"Não estou falando só do Bradesco, mas do sistema bancário como um todo. As provisões adicionais nos dão tranquilidade para fazer transição. O risco Brasil, que piorou um pouco esta semana, está muito longe de quando tínhamos o dólar a R$ 4,20", disse Trabuco, acrescentando que isso contribuirá para reduzir o custo de captação internacional para emissores brasileiros.

O presidente do Bradesco afirmou ainda que o programa de repatriação de recursos capitaneado pelo governo foi um "sucesso". Segundo ele, em um balanço de 2016, essa foi uma das iniciativas vitoriosas do ano.

Agências

Sobre as agências do banco, Trabuco disse que o banco não vê necessidade de uma revisão imediata de sua rede e que as unidades oriundas do HSBC são complementares. Explicou ainda que a readequação da rede é feita de forma constante.

A instituição somava 5,337 mil agências ao final do terceiro trimestre, incluindo as 851 vindas do HSBC. Em relação ao segundo trimestre, houve um acréscimo de 854 agências. Em um ano, houve a adição de 744 agências.

O número de colaboradores atingiu 109,922 mil em setembro, aumento de 20,498 mil pessoas. A elevação reflete a incorporação dos 21,016 mil colaboradores egressos do HSBC Brasil. Em um ano, o número de colaboradores aumentou em 16,226 mil.

Trump

O presidente do Bradesco afirmou que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos tem reflexo na economia brasileira, mas os desafios internos do País são bem maiores que um eventual impacto.

"Temos necessidade de criar teto para os gastos e a sustentabilidade da dívida pública é que vai definir a conjuntura econômica nos próximos meses. A chave do nosso problema muitas vezes está pendurada em nossas portas", disse ele, ressaltando que tem confiança no ajuste fiscal do governo.

A eleição de Trump, conforme Trabuco, mostra que a democracia está funcionando. Os mercados ontem, segundo ele, foram muito claros e tiveram uma deterioração "muito grande" por conta do "susto" com o resultado.

"Toda transição política e mudança de governante gera certo nível de ansiedade, mas, na realidade, os fatos são soberanos e vão se sobrepor a determinadas ideias", disse o executivo.

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