Economia

Presidente do BC diz que inflação irá à meta em 2012

Para Tombini, a inflação acumulada em 12 meses diminuirá entre 1,8% e 2% de agosto/setembro até abril/maio do ano que vem

Presidente do Banco Central disse ainda que a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto para 2011, de 4%, será revisada para baixo até o fim do mês (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente do Banco Central disse ainda que a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto para 2011, de 4%, será revisada para baixo até o fim do mês (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2011 às 09h41.

São Paulo - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou ontem que a autoridade monetária opera com autonomia ao definir a taxa básica de juros da economia (Selic) e que a inflação acumulada em 12 meses diminuirá entre 1,8 e 2 pontos porcentuais de agosto/setembro até abril/maio do ano que vem. Em entrevista veiculada na Globo News e na TV Globo, Tombini disse ainda que a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011, de 4%, será revisada para baixo até o fim do mês.

"O Banco Central continua operando com autonomia operacional. Ou seja, as nossas políticas são definidas com base no nosso exame da situação econômica do Brasil, nas condições externas e nas perspectivas para a inflação", afirmou Tombini, quando questionado sobre as possíveis pressões sofridas pelo BC para reduzir a taxa Selic de 12,50% para 12% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). "A presidenta (Dilma Rousseff) desde o início me disse 'olha, você opera o Banco Central com autonomia, toma as melhores decisões e faça o que o Banco Central pode fazer', que é trazer essa inflação, fazê-la consistente com o regime de metas."

"Já vínhamos sinalizando a complexidade do cenário internacional. Entre a reunião de julho e de agosto (do Copom), houve uma deterioração marcada no cenário financeiro internacional. Várias áreas econômicas - Europa, EUA e Japão - reduziram suas perspectivas de crescimento, de forma significativa, e isso foi levado em consideração para a tomada de decisão para a redução da taxa de juros no Brasil em 0,50 (ponto porcentual) na reunião de agosto", disse. "Não estamos falando em recessão mundial, estamos falando em desaceleração da economia mundial com desdobramentos sobre a economia brasileira, sobre as perspectivas para a inflação. Por isso, a tomada da decisão nesse momento e não depois", afirmou em outro trecho da entrevista.

Tombini reafirmou que o BC tem como meta o controle da inflação. "O Banco Central não tem outra meta a não ser a meta de inflação. Nesse contexto, nós olhamos as demais políticas, olhamos o ambiente internacional, olhamos o resultado das nossas políticas adotadas até o momento. Tudo isso levado em consideração indicou no sentido da possibilidade de fazer esse ajuste nesse momento, trazer a taxa básica a 12% ao ano."

Para o presidente do BC, os dados indicam que a inflação em 12 meses, atualmente no pico, passará a cair após setembro, o que permitirá que o índice volte a ser conduzido para a meta de inflação em 2012, de 4,5% (com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para mais ou para menos). "Neste terceiro trimestre do ano de 2011 se encerra o ciclo de alta da inflação. Daqui para frente, os próprios analistas estimam, nas suas projeções que nós recolhemos aqui no Banco Central, uma queda entre 1,8 e 2 pontos de porcentagem da inflação acumulada em 12 meses entre este pico de agora, de agosto/setembro, até abril/maio do ano que vem", disse Tombini. "A partir do momento em que a inflação começa a cair mais fortemente, isso permitirá à sociedade entender melhor esta estratégia, e nós vamos, sim, conduzir esta inflação para a meta em 2012."


PIB

Durante a entrevista, Tombini confirmou que a projeção de crescimento para o PIB em 2011 será alterada até o fim de setembro. "A nossa projeção até o momento é de crescimento de 4% em 2011. Este número será revisado no fim do mês", disse. Tombini elogiou ainda a estratégia de corte de gastos do governo. "O governo vem mostrando determinação fiscal robusta, uma situação fiscal que diferencia o País", afirmou.

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