Economia

Presidente da Iberdrola afirma que competitividade aumentou

Sánchez Galán apresentou junto com o economista José Manuel Campa o relatório do Conselho Empresarial para a Competitividade (CEC) "Espanha, país de oportunidades"


	O presidente da Iberdrola, José Ignacio Sánchez Galán: Sánchez Galán afirmou que é necessário melhorar a relação entre a pesquisa universitária e a indústria na Espanha.
 (Rafa Rivas/AFP)

O presidente da Iberdrola, José Ignacio Sánchez Galán: Sánchez Galán afirmou que é necessário melhorar a relação entre a pesquisa universitária e a indústria na Espanha. (Rafa Rivas/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Londres - O presidente da Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, afirmou nesta quinta-feira em Londres que nos últimos 12 meses a Espanha melhorou sua competitividade e que há sinais de que a economia do país começará a crescer no último trimestre deste ano.

Na sala Guildhall, no centro financeiro da capital britânica, Sánchez Galán apresentou junto com o economista José Manuel Campa o relatório do Conselho Empresarial para a Competitividade (CEC) "Espanha, país de oportunidades", que ressalta que as reformas no sistema econômico espanhol aumentaram a confiança internacional no país.

"Esperamos que a economia espanhola comece a crescer ao longo do último trimestre deste ano e que esta recuperação ajude a diminuir o desemprego a partir do segundo semestre de 2014", afirmou o presidente da quinta maior companhia elétrica do mundo.

Para Sánchez Galán, que na manhã de hoje se reuniu com representantes de fundos de investimento estrangeiros em Londres, "a Espanha é um país solvente e no qual se pode confiar por ter realizado uma série de significativas reformas que vão permitir que sua economia retome em breve a caminho do crescimento".

O dirigente da Iberdrola destacou que o "risco de ruptura na zona do euro, as dúvidas em torno da capacidade do Tesouro de se financiar e a falta de crescimento" do país são "incertezas" que "começaram a se dissipar" na Espanha.

O país "melhorou significativamente sua competitividade e produtividade, com uma considerável queda dos custos trabalhistas. Isso levou a um aumento considerável das exportações, que chegaram a 225 bilhões de euros", declarou.


Entre os "desafios" que Sánchez Galán apontou está o financiamento das pequenas e médias empresas espanholas, que na sua opinião encontram condições de financiamento menos vantajosas que as de companhias de tamanho e setores similares em outros países europeus.

Apesar desse ambiente no qual o financiamento tem um custo "extra" para as pequenas e médias empresas espanholas, as exportações são um dos indicadores que melhoraram nos últimos tempos na economia do país.

Por isso o presidente de Iberdrola considerou que as opções das pequenas e médias empresas espanholas serão "ainda melhores se algum dia conseguirem pagar as mesmas taxas de juros que seus concorrentes europeus".

José Manuel Campa considerou que a competitividade em longo prazo deve se basear nas "modificações adicionais das leis trabalhistas, na simplificação dos contratos e na redução da carga tributária".

O economista, que foi secretário de Estado de Economia na legislatura anterior, disse que o avanço na produtividade é compatível com a geração de empregos e ressaltou a necessidade de "continuar promovendo políticas eficientes de criação de postos de trabalho" e "promover a economia do conhecimento em todas as áreas".

Nesse sentido, Sánchez Galán afirmou que é necessário melhorar a relação entre a pesquisa universitária e a indústria na Espanha.


Apesar de Sánchez Galán ter destacado o papel das escolas de negócios espanholas, situadas no alto dos rankings mundiais, assinalou, além disso, que os vínculos entre a "universidade tradicional" e o mercado deveriam ser reforçados.

"Em muitos casos não aproveitamos o conhecimento produzido nas universidades. No mundo anglo-saxão há uma relação muito mais próxima entre a indústria e o conhecimento, mas isto não ocorre na maioria dos casos em nossos centros", afirmou em Londres o responsável da Iberdrola.

Sánchez Galán sustentou que a mudança de modelo econômico na Espanha, que reduziu o peso do setor da construção para aumentar a importância da atividade no âmbito tecnológico, é um dos pontos principais que nos permite explicar a mudança de tendência prevista a partir do final de 2013. 

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