Economia

Presidente da comissão da Previdência tenta manter acordo com oposição

Após reunião, a líder da minoria disse que "a grande conquista foi interromper o discurso do presidente da Câmara de que a data da votação será 25 de junho"

Marcelo Ramos (PL-AM): o presidente da comissão especial reuniu-se na manhã desta quinta-feira com parlamentares da oposição (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Marcelo Ramos (PL-AM): o presidente da comissão especial reuniu-se na manhã desta quinta-feira com parlamentares da oposição (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 13 de junho de 2019 às 10h11.

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da comissão especial que discute a reforma da Previdência na Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), reuniu-se na manhã desta quinta-feira com parlamentares da oposição para tentar manter acordo de procedimento para a discussão da proposta.

O relator da matéria, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), agendou a apresentação de seu parecer para esta quinta-feira, e foi fechado um acordo de procedimento com a oposição que abria mão de obstruir o debate em troca de não haver o encerramento da discussão.

Mas mal-estar ocorrido na noite da quarta-feira, quando partidos da maioria, o relator, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de Ramos, adiantaram pontos do relatório a ser apresentado nesta quinta sem a presença da oposição, colocou o acordo em dúvida.

Após reunião com o presidente da comissão, a líder da minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que "a grande conquista foi interromper o discurso do presidente da Câmara de que a data da votação será 25 de junho. quem decide a data é a dinâmica dos debates", disse.

Já o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que seu bloco está disposto a manter o acordo, desde que integrantes do grupo político possam se manifestar ainda nesta quinta-feira sobre o parecer.

"A nossa intenção é manter o acordo que foi feito para que todos os inscritos, sejam eles membros ou não membros da comissão especial da reforma da Previdência, possam falar a respeito do tema", disse Molon.

"O que nós queremos é mostrar para o Brasil como essa proposta é cruel ao retirar direitos dos trabalhadores brasileiros, muitos dos quais não conseguirão se aposentar. Esse é o nosso principal objetivo e por isso não pretendemos obstruir a discussão. Sobre os procedimentos de votação, nós voltaremos a conversar na semana que vem."

O líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), no entanto, acredita que o dia seja dedicado apenas à leitura do parecer. Há a possibilidade, inclusive, caso seja obtido um acordo, de uma leitura mais suscinta do parecer. Moreira poderia apresentar apenas a parte do texto em que manifesta seu voto, sem a necessidade de ler todo o extenso relatório.

Caso ocorra a leitura nesta quinta-feira, deve ser concedido um pedido de vistas. Depois, a proposta deve ser debatida. Pelos cálculos do presidente da comissão, a reforma pode começar a ser votada no colegiado no dia 27 deste mês.

Ramos afirmou nesta manhã que considera não haver mais motivos para a oposição se posicionar contra o texto, uma vez que os principais pontos que questionava foram retirados do parecer. [nL2N23K07B]

(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Edição de Pedro Fonseca)

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