O biocombustível teve primeiro trimestre de safra com os preços mais firmes em nove anos (Manoel Marques/VEJA)
Reuters
Publicado em 2 de julho de 2018 às 18h07.
São Paulo - Os preços médios do etanol praticados pelas usinas do Estado de São Paulo, referência nacional para o biocombustível, tiveram alta de 8% no primeiro trimestre da safra 2018/19, de abril a junho, ante igual período do ciclo anterior, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
A firmeza nas cotações ocorre diante de fortes vendas pelas usinas e destilarias, dada a demanda aquecida pelo biocombustível. Recentemente, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) relatou comercialização recorde na primeira quinzena de junho.
Conforme o Cepea, no mês passado o valor médio do etanol hidratado, usado diretamente nos tanques de veículos, foi de 1,6037 real por litro, 1,22 por cento acima do apurado em maio. Para o anidro, a valorização foi de 4,7 por cento, para 1,8097 real por litro.
Na semana passada, porém, os preços já haviam recuado para 1,507 real por litro, no caso do hidratado, e para 1,7484 real, para o anidro, "pressionados pela maior oferta, devido à necessidade de algumas usinas em �fazer caixa�, como típico em final de mês", disse o Cepea em relatório nesta segunda-feira.
"Do lado da demanda, algumas distribuidoras, que estavam fora do mercado, voltaram a adquirir novos volumes, mas ainda de forma tímida", acrescentou o centro de estudos.
Os primeiros três meses de safra no centro-sul são, geralmente, sinônimo de recuo nos preços do etanol, dada a maior produção, algo que não ocorreu neste ano justamente em função do forte consumo.
Como resultado, o etanol teve um primeiro trimestre de safra com os preços mais firmes em nove anos.