O resultado mostra que, na capital paulista, a inflação foi menor do que na média nacional (Mario Rodrigues/Veja SP)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 13h04.
São Paulo - A inflação na cidade de São Paulo ao longo de 2011 foi mais influenciada pelo reajuste na cobrança dos serviços do que pela alta dos produtos. Essa constatação está na pesquisa sobre o Índice do Custo de Vida (ICV), feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O ICV fechou o ano com taxa de 6,09%, o que significa uma queda de 0,82 ponto percentual sobre o apurado no ano anterior (6,91%). As famílias mais ricas enfrentaram uma inflação mais alta (6,33%) ante a taxa de 5,74% apurada na classe média e a de 5,61%, entre os mais pobres.
O resultado mostra que, na capital paulista, a inflação foi menor do que na média nacional. De acordo com dados divulgados hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o ano com taxa de 6,5%, no limite da meta oficial, cujo centro era 4,5%, com possibilidade de variar 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A pesquisa do Dieese indica que, isoladamente, em dezembro, o grupo alimentação foi o que contribuiu para a inflação com alta de 1,42%, com destaque para a elevação dos produtos in natura e semielaborados (2,17%). Já os itens industrializados subiram 0,75% e refeição fora de casa, 0,93%. A maior elevação, no período, foi verificada nos preços de peixes e frutos do mar (7,02%), puxada pelo camarão (10,44%). Em seguida, aparece a carne, com alta de 3,78%).
Já no acumulado do ano, o grupo transportes liderou os aumentos, com 7,83%, seguido por alimentação (7,56%), saúde (6,86%), educação e leitura (5,96%), despesas pessoais (5,75%), habitação (4,4%), vestuário (3,16%), despesas pessoais (2,29%) e recreação (1,1%). Em equipamentos domésticos, houve variação de -2,36%.
“Nos observamos nesses dois últimos anos que os preços dos serviços subiram bem mais do que os dos bens analisados”, disse a economista Cornélia Nogueira Porto, coordenadora da pesquisa. Ela destacou que, no caso dos transportes, embora os combustíveis tenham apresentado expressiva correção, como a alta de 15,39% do álcool, por exemplo, o consumidor enfrentou reajustes maiores nos estacionamentos de veículos (23,31%), para usar um táxi (18,09%) ou lavar o carro (16,9%).
No grupo alimentação, comer fora de casa custou em média 10,63% mais do que em 2010, enquanto os bens da indústria alimentícia subiram 8,01%. Já os in natura e semielaborados ficaram 5,8% mais caros.
Em saúde, os planos de assistência médica aumentaram 7,58%, variação maior do que a verificada nos medicamentos e produtos farmacêuticos (4%).