Economia

Preços de apartamentos em NY superam recorde pré-crise

Preços dos imóveis em Manhattan bateram um recorde no quarto trimestre, impulsionados por transações com imóveis luxuosos de projetos novos definidos há anos


	Ilha de Manhattan, Nova York: preço médio das aquisições de cooperativas e apartamentos já construídos no distrito deu um salto de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior
 (Keyur Khamar/Bloomberg)

Ilha de Manhattan, Nova York: preço médio das aquisições de cooperativas e apartamentos já construídos no distrito deu um salto de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior (Keyur Khamar/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2016 às 21h26.

Os preços dos imóveis em Manhattan dispararam e bateram um recorde no quarto trimestre, impulsionados por transações com imóveis luxuosos de projetos novos definidos há anos, quando a construção de muitos dos edifícios estava só começando.

O preço médio das aquisições de cooperativas e apartamentos já construídos no distrito deu um salto de 17 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 1,15 milhão, o maior valor em 27 anos de registros, segundo um relatório publicado nesta terça-feira pela taxadora Miller Samuel Inc. e pela corretora Douglas Elliman Real Estate.

O número supera o pico anterior, de US$ 1,03 milhão, estabelecido no segundo trimestre de 2008, antes que o colapso da Lehman Brothers Holdings Inc. desencadeasse uma queda nos preços dos imóveis e uma paralisação quase total das vendas.

Nos últimos três meses de 2015 registraram-se transações assinadas com base em planos de construção feitos há até três anos, quando os incorporadores se concentravam em construir unidades grandes e luxuosas para atrair investidores ricos que não dependiam de créditos. Agora, com esses projetos prontos, os compradores vêm tomando posse dos apartamentos.

“Isso representa a solidez e, na falta de uma palavra melhor, a loucura do mercado de vendas por volta de 2013 e 2014”, disse Jonathan Miller, presidente da Miller Samuel, em uma entrevista. “Essa demanda forte de algum modo não estava nos cadastros, ainda não tinha sido registrada”.

O número de unidades construídas recentemente que mudaram de dono no quarto trimestre mais do que dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior, para 552 unidades, segundo o relatório.

Tendência

“O que está impulsionando a tendência geral dos preços não é um punhado de vendas de US$ 100 milhões que está distorcendo tudo”, disse Miller. “Na verdade, trata-se mais de um volume bastante grande de transações no extremo superior do mercado”.

Um relatório feito de forma conjunta pela Brown Harris Stevens e pela Halstead Property mostrou que as vendas de projetos novos responderam por 26 por cento das transações no período. A startup de corretagem Compass informou recordes de preços no Upper West Side, no centro de Manhattan e nas regiões leste e oeste do Midtown, e um valor máximo de US$ 1,24 milhão em Manhattan.

Os imóveis que custam mais de US$ 3 milhões responderam por 24 por cento dos apartamentos disponíveis no mercado no trimestre, disse a Compass. Residências com preços maiores que US$ 10 milhões demoraram mais tempo para serem vendidas do que há um ano, o que sugere que o mercado ficou “lotado no topo”, segundo a corretora.

Revendas

Uma análise feita neste mês pelo StreetEasy, um site de imóveis à venda, mostrou que os preços de revenda dos imóveis mais caros de Manhattan vêm declinando desde fevereiro por causa da grande oferta no segmento exclusivo.

Embora o índice de preços do StreetEasy não inclua novos projetos, a empresa mencionou um aumento de 8,9 por cento no número de casas de todos os tipos à venda na quinta parcela, a superior, do mercado. Para os outros quatro níveis juntos, o número de propriedades disponíveis caiu mais de 3 por cento.

Com tantos projetos exclusivos novos, os compradores de imóveis luxuosos agora têm mais opções, portanto há “menos urgência para comprar neste exato instante”, disse Pamela Liebman, CEO da corretora Corcoran Group.

“Estamos observando que eles não estão com pressa e querem decidir muito bem onde vão colocar essa quantidade enorme de dinheiro”, disse ela. “Há muita concorrência, e neste ano vai ser mais difícil pressionar os preços do que nos anos anteriores”.

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