Economia

Preço do petróleo ainda retarda expansão de biocombustíveis

Tecnologias atuais de produção de biocombustíveis só seriam competitivas se o barril do petróleo atingisse a marca de 100 dólares, diz relatório do Deutsche Bank

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h42.

Embora os biocombustíveis estejam avançando em todo o mundo, a concorrência com o petróleo ainda é prejudicada pelo alto custo de produção. Segundo relatório do Deutsche Bank, desconsiderando-se eventuais subsídios públicos, as atuais tecnologias de fabricação de bioenergia só seriam efetivamente competitivas se o barril de óleo cru atingisse a marca de 100 dólares. Nas últimas semanas, o barril beirou os 70 dólares.

O esgotamento das jazidas de petróleo, o contínuo aumento dos preços e o apelo ecológico têm despertado crescente interesse por fontes alternativas de energia. Segundo o Deutsche Bank, somente na Alemanha, a bioenergia que abrange a eletricidade gerada pela biomassa e os biocombustíveis, como o álcool poderia responder por 5,75% da matriz energética do país em 2010, contra o 1,6% de 2004. Para tanto, o governo está adotando uma série de medidas de promoção das novas fontes.

No ano passado, por exemplo, a Alemanha permitiu que 5% de biodiesel fosse misturado ao diesel convencional. Graças à medida, as vendas de biodiesel cresceram 33%, para 1 milhão de toneladas em 2004. Neste ano, espera-se que o volume suba para 1,5 milhão e, para 2006, estão previstos 2 milhões de toneladas. Acompanhando essa evolução, 1 900 postos alemães já oferecem biodiesel, num universo de 16 000, e as projeções são de crescimento desse número.

Mesmo com os incentivos, o Deutsche Bank alerta que a pequena margem de lucro dos biocombustíveis ainda desestimula a produção. Para o produtor, um litro do novo combustível custa de 50 centavos de euro a 80 centavos de euro, dependendo do tipo de matéria-prima. A produção de combustíveis fósseis sai pela metade do preço.

Outro fator que dificulta a expansão desses energéticos, na Europa, é a pequena área disponível para plantio. Usando como matéria-prima cana-de-açúcar e beterraba, entre outros, o aumento da produção de biocombustíveis depende também do aumento da área cultivada. "Dados os contínuos crescimentos da população mundial e do consumo de carne, parece pouco realista que a bioenergia venha a dobrar sua participação na matriz energética mundial no curto prazo, apesar dos avanços tecnológicos na agricultura", afirma o banco.

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