Postos vendem gasolina sem imposto por redução tributária
Campanha faz parte do Dia da Liberdade de Impostos, que acontece em sete diferentes cidades do país
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
São Paulo - Oito postos de combustível de diferentes cidades do país estão vendendo hoje (25) gasolina com o preço calculado sem a cobrança de impostos. A ação faz parte de um manifesto pela redução da carga tributária.
O ato está sendo organizado pelo Movimento Endireita Brasil e o Instituto Mises Brasil. Postos de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Vitória, do Rio de Janeiro e mais duas cidades participam da manifestação.
Em São Paulo, por exemplo, o ato reduziu o preço do litro da gasolina de R$ 2,49 para R$ 1,18 em um posto da capital. Seis mil litros do combustível foram postos à disposição dos motoristas, que fazem fila no local. A diferença no preço está sendo paga pelos organizadores da manifestação.
Para Ricardo Salles, presidente do Endireita Brasil, a carga tributária brasileira é maléfica à economia nacional e, por isso, precisa ser reduzida. "Cada centavo que o cidadão gasta com imposto é um centavo a menos que ele tem para gastar e fazer a economia girar."
Embora ciente de que os impostos têm a função de financiar políticas públicas, Salles afirma que a cobrança é arbitrária. "e a população pudesse escolher, preferiria não pagar impostos e contratar particularmente todos os serviços prestados pelo governo" diz ele.
"Se o governo usasse bem o imposto que a gente paga, não tinha discussão. Todo mundo pagava" afirmou o entregador Michael Araújo, de 26. Ele foi um dos que aproveitaram a manifestação para encher o tanque de sua moto com gasolina com preço reduzido pela metade. "Eu gasto R$ 50 por semana com combustível. Sem imposto, gastaria uns R$ 20", afirmou. "São mais de R$ 100 de economia por mês."
Para o consultor em finanças públicas Amir Kahir, a simples eliminação dos impostos não é uma solução viável nem benéfica. Ele disse que a manutenção do Estado depende dos tributos, mas defendeu uma redução "seletiva". "Não é simplesmente cortar impostos", disse. "É preciso analisar as alíquotas e reduzir o imposto pago pela população mais pobre."
Segundo ele, cidadãos que ganham até dois salários mínimos por mês gastam 49% de sua renda com tributos. Quem recebe mais de 30 salários mínimos, gasta 26%.
Kahir ainda afirmou que a carga tributária brasileira é semelhante à de outros países da América Latina e Caribe. Ele ressaltou, porém, que o gasto do governo com o pagamento de juros é um problema grave e que precisa ser solucionado com urgência.