Economia

Estímulo fiscal: por que o Canadá pode, mas o Brasil não?

O Canadá optou pela política fiscal porque a munição da política monetária eles já usaram toda: os juros lá estão em zero


	Canadá: a dívida do país é baratinha, o juro real é perto de zero, então não vai custar tão caro para eles a “irresponsabilidade” nos gastos
 (Getty Images)

Canadá: a dívida do país é baratinha, o juro real é perto de zero, então não vai custar tão caro para eles a “irresponsabilidade” nos gastos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2016 às 18h36.

São Paulo - Nem sempre faz sentido ser prudente no manejo das finanças públicas.

O governo do Canadá acabou de jurar de pé junto que vai buscar ter déficits fiscais maiores esse ano. Mas, veja bem, esse pessoal não é mané, não.

São ricos. Nunca deram calote. Têm inflação baixinha, baixinha, etc.

canadá brasil

A ideia é estimular temporariamente uma economia que anda desestimulada (por causa da queda dos preços do petróleo) com mais gastos; a ideia não é detonar as finanças numa perspectiva de longo prazo.

Atenção: faz toda a diferença o “temporariamente” acima.

Uma atividade econômica desanimada merece uma injeçãozinha de animo, sim. No entanto, “desanimada” não é sinônimo de crescendo pouco; “desanimada” é sinônimo de crescendo pouco E com inflação brochada.

Novamente, atenção: faz toda a diferença o “E” (estou repetitivo?).

Ainda assim, os economistas tendem a preferir que esse empurrãozinho seja dado via política monetária.

Por que então o Canadá optou pela política fiscal?

Porque a munição da política monetária eles já usaram toda: os juros lá estão em zero! Não tem outra maneira de prover algum estímulo…

Por fim, o Canadá pode fazer isso, enquanto o Brasil não. Por quê?

Não é preconceito, gente, é realismo. A dívida do Canadá é baratinha, o juro real é perto de zero. Então não vai custar tão caro para eles a “irresponsabilidade” nos gastos no curto prazo.

Já aqui um plano desses não seria viável. O juro real da dívida brasileira está na casa dos 8%. Para o Brasil, empilhar ainda mais dívida sairia bem caro.

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