Economia

Política de incentivo ao consumo perdeu eficiência, diz IBGE

Segundo especialista do instituto, essa política dava mais efeito na época da crise de 2008


	Carros: entre as políticas de incentivo está a redução do IPI
 (Joe Raedle/AFP)

Carros: entre as políticas de incentivo está a redução do IPI (Joe Raedle/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 13h05.

Rio - As políticas de incentivo ao consumo criadas pelo governo federal para injetar fôlego na economia após a crise de 2008 têm se mostrado inócuas no momento atual, avaliou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Elas vêm se mostrando menos eficientes do que foram no passado recente. Se a gente comparar o potencial de crescimento que se teve no primeiro momento em que isso foi implementado, lá na crise no final de 2008 e no início 2009, é claro que o efeito disso foi muito mais intenso do que tem sido", frisou o analista.

"Isso já se observa há algum tempo, principalmente quando se analisa o comportamento de produção de automóveis. É de um menor dinamismo do que já apresentou em outros períodos", exemplificou Macedo.

Entre as políticas de incentivo estão a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a taxas de juros subsidiadas.

De acordo com o gerente, há um esgotamento na capacidade de compra das famílias. Além disso, os brasileiros já estão com a renda comprometida com outros tipos de dívida. "A evolução da renda também caminha numa velocidade menor do que no passado. É uma série de fatores que ajudam a entender a diferença de comportamento quanto se analisa a eficácia dessa política em períodos distintos", disse o analista.

Acompanhe tudo sobre:BNDESEstatísticasIBGEImpostosIPILeão

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto