Economia

PMI industrial do Brasil cai a 50,9 pontos em setembro, diz IHS Markit

Indicador cedeu em setembro, após ter atingido nível mais elevado em quatro meses em agosto, mas permaneceu acima do patamar de 50 pontos

Índice dos gerentes de compras do setor industrial do Brasil cedeu a 50,9 pontos em setembro (Reprodução/Agência Brasil)

Índice dos gerentes de compras do setor industrial do Brasil cedeu a 50,9 pontos em setembro (Reprodução/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de outubro de 2018 às 13h22.

Última atualização em 1 de outubro de 2018 às 13h23.

São Paulo - O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil cedeu a 50,9 pontos em setembro, após 51,1 pontos em agosto, revertendo a melhora verificada no mês anterior, mostram dados da IHS Markit. O indicador cedeu em setembro, após ter atingido nível mais elevado em quatro meses em agosto, mas permaneceu acima do patamar de 50 pontos, o que indica condições ainda favoráveis, conforme a consultoria.

Os dados de setembro, aponta a IHS Markit, mostram uma melhora das condições operacionais, sustentadas pela alta mais forte de novos pedidos em cinco meses. Por outro lado, o ritmo de crescimento do volume de produção foi o menor desde junho.

Já as exportações tiveram a queda mais significativa desde o início de 2017, prejudicadas pelas dificuldades em mercados emergentes, especialmente na Argentina, que é um grande importador de produtos brasileiros.

Para o diretor de Economia da IHS Markit, Paul Smith, a pesquisa de setembro foi positiva por mostrar um crescimento adicional da produção industrial brasileira, mas também oferece algumas preocupações. "Ao mesmo tempo em que houve uma melhoria no crescimento do volume de novos pedidos, a exposição a condições desafiadoras nos mercados emergentes, especialmente na vizinha Argentina, resultou numa queda considerável nas vendas para exportação", disse em nota.

"Houve também um indício de excesso de capacidade no setor, como foi evidenciado por um declínio dos pedidos em atrasos e outro pequeno corte de empregos. Mas o que mais chamou a atenção foi o aumento mais recente nos preços, já que o fortalecimento do dólar americano continua a exercer uma pressão desconfortável sobre os custos dos fabricantes", explicou Smith. "Segundo os dados mais recentes, os preços dos insumos cresceram pela taxa mais forte na história da pesquisa, deixando as empresas sem outra opção a não ser repassar esses aumentos aos clientes", complementou.

A IHS Markit constatou que a valorização do dólar ante o real pressionou os custos de insumos, que tiveram o maior aumento líquido de preços desde o início da coleta de dados, em fevereiro de 2006. " A inflação foi irrefutavelmente vinculada ao fortalecimento do dólar americano e ao resultante movimento cambial desfavorável em relação ao real", apontou o relatório. "Como resposta, as empresas aumentaram seus preços a um grau bem elevado. Os preços dos produtos aumentaram pela segunda taxa mais alta na história da pesquisa (excedida apenas pela de fevereiro de 2016)", ressaltou o documento.

Sobre o futuro, a pesquisa verificou que o grau de otimismo melhorou em setembro, atingindo o patamar mais alto desde março deste ano. "Entre os 71% de entrevistados que antecipam um crescimento, vários esperam se beneficiar de uma demanda mais sólida e de vendas mais elevadas", explicou a consultoria.

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