Thomas Piketty: (Universitat Pompeu Fabra/Creative Commons)
João Pedro Caleiro
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 10h53.
São Paulo - "O Capital no Século XXI", de Thomas Piketty, foi nomeado ontem o "livro de negócios do ano" pelo jornal britânico Financial Times e a consultoria McKinsey.
O trabalho do autor francês investiga o aumento da desigualdade de renda ao longo de três séculos e 20 países e disparou um debate intenso sobre o tema ao redor do mundo, além de ter se tornado um bestseller - feito notável para um livro de economia com 700 páginas.
Piketty está na China para promover o trabalho e não participou da cerimônia de premiação em Londres, mas enviou um recado dizendo que seu objetivo foi "promover a democratização do conhecimento econômico" pois “questões sobre riqueza econômica, capital e dívida pública são importantes demais para serem deixadas para um pequeno grupo de economistas e estatísticos".
Simon Barber, editor do jornal e líder do painel de juízes, chamou a obra de "desafiadora, mas importante" e disse que "mesmo que nem todos concordem com as prescrições políticas, nós reconhecemos a qualidade do estudo".
O Financial Times esteve na linha de frente dos questionamentos aos métodos e dados usados por Pikkety com um artigo publicado em maio. A obra também já foi questionada por gente como Bill Gates, mas por outro ângulo.
Concorrentes
O prêmio, na sua décima edição, concede 30 mil libras para o vencedor e 10 mil libras para cada um dos outros cinco finalistas.
São eles os livros "Hack Attack", de Nick Davies, "A Segunda Era das Máquinas", de Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, "Creativity, Inc.", de Ed Catmull com Amy Wallace, "House of Debt", de Atif Mian e Amir Sufi, e "Dragnet Nation", de Julia Angwin.
Com sua obra "Womenomics no mundo islâmico", Saadia Zahidi, diretora-sênior do Fórum Econômico Mundial, levou a primeira edição do prêmio Bracken Bower, exclusivo para autores com menos de 35 anos.