Economia

PIB requer 'cautela', diz economista da CNC

De acordo com economista, o resultado indica um "descolamento" entre os resultados do setor de serviços e do PIB


	Comércio: setor foi um dos destaque no crescimento do PIB do segundo trimestre, com alta de 1,7%
 (Dado Galdieri / Bloomberg)

Comércio: setor foi um dos destaque no crescimento do PIB do segundo trimestre, com alta de 1,7% (Dado Galdieri / Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 18h09.

São Paulo - O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, apesar de ter sido uma surpresa positiva, requer "cautela", de acordo com o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com Bentes, o resultado indica um "descolamento" entre os resultados do setor de serviços e do PIB, que desde o terceiro trimestre de 2012 tinham desempenhos semelhantes.

Apesar da alta de 1,5% do PIB na comparação com o primeiro trimestre, o setor de serviços cresceu apenas 0,8%. O destaque do setor foi o comércio, que teve alta de 1,7%. "Na crise, o mercado interno salvou o PIB, agora a gente está tendo um movimento inverso. É o mercado interno, a inflação, queda no ritmo de geração de vagas, que está impedindo um resultado melhor no PIB."

"Tirando o comércio, o resultado de serviços é muito ruim, fica em torno de 0,5%. Este é um setor que responde por dois terços do PIB", ressalta. Segundo Bentes, o resultado acontece, principalmente, em função de uma deterioração do mercado de trabalho, que tem um ritmo menor de geração de vagas na comparação com 2012. "Isso mostra que estímulos ao consumo não estão mais presentes. O comércio ajudou para que a desaceleração nos serviços em geral não fosse tão grande", afirmou.

O resultado do comércio, conforme o economista, também foi uma surpresa. A taxa de crescimento é a maior desde o segundo trimestre de 2010. Na análise de Bentes, a desaceleração da inflação a partir de maio foi determinante para a retomada. "Houve uma defasagem no repasse de preços do atacado para o varejo. No primeiro trimestre, o atacado já estava em queda e isso chegou ao varejo no segundo trimestre. Isso deve ter ajudado a melhorar o resultado muito ruim do primeiro trimestre do comércio", afirmou.

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