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PIB dos EUA e do Brasil: direções opostas

Por aqui, teremos segundo ano de crescimento e há otimismo com 2019; por lá, o ritmo trimestral vem desacelerando

BOLSA DE NOVA YORK: quarto trimestre deve confirmar perda de ritmo da economia americana no final de 2018 / REUTERS/Brendan McDermid
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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 06h26.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2019 às 06h49.

Brasil, às 9h, e Estados Unidos, às 10h30, divulgam resultados do PIB na manhã desta quinta-feira, numa leva que deve testar o otimismo dos investidores.

O Brasil deve anunciar um PIB estável nos últimos três meses de 2018, após sete trimestres seguidos de alta. Na comparação com o quarto trimestre de 2019, a previsão é de avanço de 1,3%. No fim das contas, será o segundo ano seguido de avanço no PIB, de 1%, após a mais dura recessão da história recente do país.

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Para 2019 o mercado segue prevendo um avanço do PIB na casa dos 2,5%, mas o resultado depende diretamente da aprovação da reforma da Previdência, que deve manter elevado o otimismo para o ano e para a continuação do governo de Jair Bolsonaro. Os números colocariam o Brasil na contra-mão do movimento de desaceleração na economia americana.

O PIB do quarto trimestre americano deve ser impactado pelas mais recentes e polêmicas medidas do presidente Donald Trump, como o conflito comercial que Washington vem travando com Pequim e a recém encerrada paralisação do governo, o shutdown.

De acordo com informações do Nowcast, um medidor em tempo realdo ritmo de crescimento da economia norte-americana idealizado pelo Federal Reserve de Nova York, a projeção para o crescimento econômico do 4° trimestre de 2018 deve ficar em 2,3%, número igual ao avanço do mesmo período em 2017.

Entretanto, a expectativa do mercado é que haja uma queda do PIB no comparativo entre o quarto e o terceiro trimestre do último ano. No 3° trimestre de 2018, o PIB americano avançou 3,4%. No segundo, avançou 4,2%.

O resultado que será divulgado nesta quarta-feira também deverá ser o primeiro a refletir a mais longa paralisação que um governo dos Estados Unidos já experimentou. Com duração de 33 dias, o chamado shutdown congelou os gastos federais norte-americanos entre 22 de dezembro e 25 de janeiro. O episódio foi causado após o congresso se recusar a liberar os cerca de 5 bilhões de dólares que o presidente Donald Trump requer para construir o muro com o qual pretende separar os EUA do México.

Outro ponto que poderá abalar o PIB do 4° trimestre é a guerra comercial que os EUA vem travando com a China. Embora nas últimas semanas, aparentemente, os países tenham começado a chegar a um acordo para pôr fim aos conflitos, a intensificação das sanções entre Washington e Pequim se deu justamente no fim de 2018, e o produto do embate deve ser visto hoje.

A previsão é que os EUA fechem 2018 com crescimento de 3%, e avancem mais 2,3% em 2019. A grande dúvida na mesa é se a perda de ritmo será suficiente para atrapalhar os planos de reeleição de Donald Trump e, se o forem, o que ele fará para manter a fogueira acesa nos próximos trimestres.

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