PIB dos EUA: desaceleração a tempo de impactar as urnas?
Resultado trimestral do governo americano pode influenciar projetos políticos de Trump
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2018 às 06h14.
Última atualização em 26 de outubro de 2018 às 07h23.
Os Estados Unidos divulgam, nesta sexta-feira, seu Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deste ano, e o resultado pode dar uma nova direção para os planos políticos do presidente Donald Trump.
O último resultado registrou um crescimento de 4,2%, numa forte aceleração em relação à expansão de 2,3% em 2017 que tem turbinado o discurso ufanista de Donald Trump. Para o terceiro trimestre, analistas consultados pela agência Bloomberg preveem uma expansão de 3,4%.
Se confirmado o resultado, o discurso protecionista e os estímulos fiscais de Trump podem se sustentar por mais tempo — a LPL Research prevê bons ventos pelo menos em 2019. Este cenário pode trazer uma vitória já no curto prazo, já que os republicanos tentam manter a maioria no Congresso em eleições marcadas para o dia 6 de novembro.
Mas se os números mostrarem algum sinal de recuo, o populismo de Trump pode ganhar um novo e preocupante inimigo: a economia. Ao que tudo indica, esta é uma previsão de longo prazo. No início do mês, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que as medidas protecionistas dos Estados Unidos – como a guerra comercial travada com a China – poderiam afetar a economia mundial. Mas só no futuro. O crescimento global para 2019 será de 3,9%, mas a presidente da Instituição, Cristine Lagarde, afirmou que as próximas previsões serão “menos brilhantes”.
“Por enquanto, os EUA estão crescendo fortemente, apoiados por uma expansão tributária procíclica e por condições financeiras cômodas – o que pode se transformar em risco um ciclo comercial em processo de amadurecimento”, afirmou Lagarde em junho deste ano, mesmo momento em que citou como exemplos outras economias avançadas, como a zona do euro e, em menor medida, o Japão, que já sinalizavam sinais de desaceleração.
Para 2019, o FMI prevê que o PIB americano crescerá 2,5%, e não mais 2,7% como previa anteriormente. É um resultado ainda invejável, mas que pode influenciar os planos de Trump para a reeleição, que ocorre em 2020. Analistas e Instituições estão alertando que uma desaceleração não é questão de “se”, mas sim de “quando” ocorrer.