Petróleo sobe acima de US$ 80 após reunião da Opep+
Preços aumentaram 2% nesta terça, dia 4; Opep concordou em elevar produção em 400 mil barris por dia (bpd), mas tensão entre Rússia e Ucrânia pode impactar cenário
Reuters
Publicado em 4 de janeiro de 2022 às 12h46.
Última atualização em 4 de janeiro de 2022 às 13h02.
Os preços do petróleo subiram 2% nesta terça-feira, depois que integrantes da Opep+ concordaram em manter o aumento da produção planejado para fevereiro com base nas indicações de que a ômicron teria apenas um leve impacto na demanda.
O petróleo Brent subia 1,09 dólar, ou 1,38%, a 80,07 dólares por barril, às 12:18 (horário de Brasília).
O petróleo dos Estados Unidos avançava 1,05 dólar, ou 1,38%, a 77,13 dólares por barril.
"O mercado de petróleo está em alta como resultado do otimismo proveniente da reunião mensal Opep+ de hoje, que está ajudando os preços do petróleo a subir", disse o chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen.
Quatro fontes da Opep+ disseram à Reuters que o grupo concordou em sua reunião desta terça-feira em adicionar 400.000 barris por dia (bpd) à produção em fevereiro, porque espera que a variante ômicron tenha um impacto de curta duração na demanda.
"Embora os casos da ômicron continuem a crescer em geografias importantes, a ausência de restrições generalizadas de bloqueio provavelmente manterá as preocupações com a demanda de curto prazo sob controle", disseram analistas do RBC em nota.
Autoridade britânica disse que as pessoas hospitalizadas com covid-19 no Reino Unido geralmente apresentam sintomas menos graves do que antes.
O ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que, embora alguns setores estejam sendo afetados pelo aumento da variante ômicron, que se espalha rapidamente, não há risco de "paralisar" a economia, e ele manteve a previsão de crescimento de 4% para o PIB da França em 2022.
A atividade manufatureira global permaneceu forte em dezembro, sugerindo que o impacto da ômicron na produção foi moderado.
No entanto, analistas alertaram que a Opep+ pode ter de mudar de rumo se a tensão entre o Ocidente e a Rússia sobre a Ucrânia aumentar e atingir o fornecimento de combustível, ou se as negociações nucleares do Irã com as grandes potências progredirem, o que levaria ao fim das sanções contra o petróleo em Teerã.
"Achamos que esses dois eventos representam grandes curingas que podem alterar rapidamente a trajetória dos preços e testar o mecanismo de resposta rápida da Opep", disseram analistas do RBC.