Economia

Petrobras eleva preço do diesel em 9,5% e da gasolina em 8,1%

"As principais variáveis que explicam a decisão são o aumento observado nos preços do petróleo e derivados", afirmou a estatal

Gasolina: decisão foi tomada pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços nesta segunda-feira (Jeff Pachoud/AFP/AFP)

Gasolina: decisão foi tomada pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços nesta segunda-feira (Jeff Pachoud/AFP/AFP)

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Reuters

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 20h20.

Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 21h24.

Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou elevação do preço do diesel nas refinarias em 9,5 por cento e da gasolina em 8,1 por cento, em média, a partir de terça-feira, conforme decisão tomada pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços nesta segunda-feira.

Desde que a nova política de preços passou a vigorar, em outubro, essa foi a primeira vez que a Petrobras ajustou para cima os valores, em movimento que se seguiu a uma disparada nos preços do petróleo, após o acordo para corte de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na semana passada.

"As principais variáveis que explicam a decisão do Grupo Executivo são o aumento observado nos preços do petróleo e derivados e desvalorização da taxa de câmbio no período recente", afirmou a estatal em nota.

Os preços do petróleo no mercado internacional chegaram a subir até 19 por cento desde que o acordo Opep foi fechado na quarta-feira passada.

No acumulado da semana passada, a commodity avançou 12,2 por cento, na maior alta semanal desde fevereiro de 2011.

Uma fonte próxima às discussões disse à Reuters na quarta-feira passada que a decisão da Opep criava um viés de alta para os preços dos combustíveis.

Nas duas primeiras decisões, o comitê da Petrobras havia determinado uma redução nos valores, citando perda de participação de mercado da estatal para o combustíveis importados.

A Petrobras afirmou ainda nesta segunda-feira que a sua participação no mercado interno de diesel registrou pequenos sinais de recuperação --o diesel é o combustível mais vendido pela estatal.

"A Petrobras reafirma sua política de revisão de preços pelos menos uma vez a cada 30 dias, o que lhe dá a flexibilidade necessária para lidar com variáveis cuja volatilidade vem aumentando recentemente", disse a empresa em nota.

Nas bombas

A petroleira ressaltou que as revisões feitas pela Petrobras nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. "Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de petróleo, especialmente distribuidoras e postos de combustíveis."

Se o ajuste for integralmente repassado ao consumidor, afirmou a Petrobras, o diesel pode subir 5,5 por cento, ou cerca de 0,17 real por litro, e a gasolina 3,4 por cento, ou 0,12 real por litro.

Os preços médios da gasolina, diesel e etanol hidratado registraram queda nos postos pela terceira semana seguida na semana passada, mas o recuo foi menor do que a redução do preço nas refinarias.

Desde 6 de novembro, quando os preços nos postos entraram em uma tendência de queda, segundo a pesquisa da ANP, o valor da gasolina na bomba recuou 0,7 por cento, enquanto o diesel caiu 0,8 por cento.

Isso está longe de ser comparado com uma redução de 10,4 por cento na cotação do diesel, anunciada em 8 de novembro pela Petrobras, e um corte de 3,1 por cento no valor da gasolina, na mesma data.

Para a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa sindicatos estaduais que congregam cerca de 45 mil postos de combustíveis no país, o preço não caiu na bomba na mesma proporção dos ajustes anteriores da Petrobras porque as distribuidoras não repassaram as reduções, aumentando suas margens de lucro.

"Quando o preço sobe, ele sobe de foguete, quando ele desce, desce de paraquedas, essa é a realidade desse setor. É sintoma de mercado de distribuição que sofre de concentração", disse à Reuters o diretor-secretário da Fecombustíveis, Emílio Martins.

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