Economia

Petrobras eleva preço da gasolina em 4%; diesel sobe 5%

Reajuste, o primeiro da companhia em outubro, é o terceiro aumento consecutivo da gasolina

Petrobras: estatal defende que sua fórmula de preços tem como base a chamada paridade de importação (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras: estatal defende que sua fórmula de preços tem como base a chamada paridade de importação (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de outubro de 2020 às 14h41.

Última atualização em 9 de outubro de 2020 às 17h08.

A Petrobras informou que elevará os preços médios da gasolina em suas refinarias em 4% a partir do sábado, enquanto o diesel terá aumento de 5%, segundo informações da assessoria de imprensa da estatal nesta quinta-feira.

O reajuste, o primeiro da companhia em outubro, é o terceiro aumento consecutivo da gasolina e o segundo para o diesel desde o final do mês passado.

Com a nova alta, o preço médio da gasolina nas refinarias passa a ser de 1,8140 real por litro, de acordo com dados da Petrobras compilados pela Reuters, enquanto o valor médio do diesel avança para 1,6350 real por litro.

A cotação da gasolina ainda acumula queda de 5,4% frente aos valores praticados no início do ano, mas já opera distante das mínimas registradas em meados de abril, auge das medidas restritivas relacionadas à pandemia de Covid-19 no país, quando o litro chegou a custar menos de 1 real.

Já o valor médio do diesel nas refinarias da estatal apura recuo de cerca de 30% no acumulado de 2020. Nas mínimas do ano, entre o final de abril e medos de maio, o preço do combustível mais utilizado do Brasil girou em torno de 1,30 real por litro.

A Petrobras defende que sua fórmula de preços tem como base a chamada paridade de importação, que leva em conta os preços do petróleo no mercado internacional e o câmbio, entre outros fatores.

Nesta sexta, o petróleo Brent recuava 0,56 dólar, ou 1,29%, a 42,78 dólares por barril, às 14:22 (horário de Brasília), mas ainda assim caminhava para firmes ganhos semanais de quase 10%, após o registro de cortes de oferta causados pela passagem de um furacão pelo Golfo do México e por uma greve de trabalhadores "offshore" na Noruega.

O dólar, enquanto isso, era negociado em torno de 5,53 reais, recuando frente ao real em meio a expectativas por novas medidas de estímulo nos Estados Unidos.

Segundo o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, o reajuste do diesel aproxima o produto da paridade internacional, uma vez que a defasagem local era estimada em cerca de 8% antes do movimento desta sexta.

Para a gasolina, porém, ele calculava um hiato maior em relação ao preço externo, em torno de 12% antes do reajuste.

"Eles (Petrobras) estão mais céleres, e também têm feito os ajustes necessários. Tinha espaço para subir preço, tinha hiato... hoje esse hiato está maior na gasolina e é possível que mais ajustes altistas sejam feitos", afirmou o analista.

O repasse dos reajustes dos combustíveis nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel.

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