Economia

Petrobras aposta alto para não perder oportunidades no pré-sal

Após o leilão, a Petrobras ficou com as áreas de Entorno de Sapinhoá, Peroba e Alto de Cabo Frio Central

Pedro Parente: três áreas foram arrematadas por consórcios com a Petrobras como operadora (Sergio Moraes/Reuters)

Pedro Parente: três áreas foram arrematadas por consórcios com a Petrobras como operadora (Sergio Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 17h01.

Rio de Janeiro - A Petrobras apostou em parcerias com grandes petroleiras internacionais e em propostas com ágios elevados nos leilões do pré-sal desta sexta-feira para não perder as importantes oportunidades oferecidas pelo governo na província petrolífera, disse a jornalistas o presidente da companhia, Pedro Parente.

Os certames ofereceram oito áreas no polígono do pré-sal, das quais três foram arrematadas por consórcios com a Petrobras como operadora, que ofereceram os maiores ágios ao definir o percentual de excedente em óleo a ser direcionado ao governo no futuro.

Na área do Entorno de Sapinhoá, o consórcio liderado pela Petrobras ofereceu ágio de quase 675 por cento, o maior do certame, seguido pelos lances, também com participação da estatal, de ágio de 454 por cento em Peroba e quase 255 por cento em Alto de Cabo Frio Central.

O forte interesse pela área do Entorno de Sapinhoá, no pré-sal de Santos, explica-se porque está adjacente a Sapinhoá, um dos maiores campos produtores de petróleo do Brasil, já operado pela Petrobras.

"O que nós observamos é que havia grandes empresas globais, com alto grau de interesse, e nessa situação não poderíamos nos dar ao luxo de perder essas oportunidades, por isso fomos no valor que estávamos autorizados a pagar", disse Parente a jornalistas ao final da disputa.

Ele ressaltou, no entanto, a associação da companhia com grandes empresas globais, como a anglo-holandesa Shell, a britânica BP, as chinesas CNODC e a Repsol Sinopec, que evidenciariam a atratividade dos negócios no certame.

"Ganhamos essas participações com parceiros... realmente empresas de primeira grandeza, o que atesta também o valor do ágio (oferecido nos lances)", disse Parente.Segundo o executivo, os investimentos nas áreas vão gerar "retorno adequado" para os acionistas e não irão impactar o planejamento financeiro da companhia.

"Todos investimentos estão nos limites do plano estratégico e do planejamento financeiro da companhia, é uma questão de priorização", disse.

Ele defendeu, ainda, que a Petrobras foi "seletiva" nos leilões e optou pelas áreas com maior potencial, uma estratégia que deverá ser seguida também nas próximas licitações.

A Petrobras ficou com as áreas de Entorno de Sapinhoá, Peroba e Alto de Cabo Frio Central.

Na primeira, a petroleira terá como sócios Repsol Sinopec e Shell. Na segunda, compôs um consórcio com a britânica BP e a chinesa CNODC, enquanto na última área repetiu-se a associação com a BP.

A ação preferencial da Petrobras operava em alta de 1,7 por cento às 16:27, enquanto o Ibovespa subia 0,3 por cento no mesmo horário.

Acompanhe tudo sobre:LeilõesPedro ParentePetrobrasPré-sal

Mais de Economia

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Fazenda mantém projeção do PIB de 2024 em 2,5%; expectativa para inflação sobe para 3,9%

Mais na Exame