Economia

Petrobras anuncia reajuste no preço da gasolina, que já subiu 51% este ano

Alta de R$ 0,09 começa a valer a partir de quinta-feira, informou a estatal, que já aumentou o preço nove vezes este ano

Petrobras: só neste ano a gasolina acumula uma alta de 51%. Desde janeiro, a estatal já aumentou o preço nove vezes. (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: só neste ano a gasolina acumula uma alta de 51%. Desde janeiro, a estatal já aumentou o preço nove vezes. (Sergio Moraes/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 16h41.

A Petrobras anunciou que vai reajustar mais uma vez os preços da gasolina em suas refinarias a partir de quinta-feira (dia 12).

De acordo com a estatal, o preço médio por litro do combustível vendido às distribuidoras vai subir de R$2,69 para R$ 2,78. É um avanço de R$ 0,09 ou 3,34% por litro, que deve ser repassado ao preço final ao consumidor por distribuidores e revendedores.

Só neste ano a gasolina acumula uma alta de 51%. Desde janeiro, a Petrobras já aumentou o preço nove vezes.

A Petrobras destacou que até a gasolina chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais (39,1%); custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro (15,7%); além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores (12,2%).

A contribuição do preço da Petrobras para o preço na bomba é de 33%, segundo dados da ANP. "Assim, os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo", ressaltou a estatal em comunicado.

Pessoas passaram em frente aos tanques da estatal brasileira de petróleo Petrobras em Brasília, Brasil, 25 de julho de 2019. REUTERS / Ueslei Marcelino

Sem aumento para o diesel

O diesel não será reajustado dessa vez. A última alta no preço ocorreu no início de julho, quando subiu em média R$ 0,10 por litro.

Em nota, a estatal afirmou que a alta acompanha "a elevação nos patamares internacionais de preços" e foi realizada "de forma a garantir que o mercado siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento".

Preocupado com uma possível reação por parte dos caminhoneiros, o governo vem tentanto reduzir os impactos da alta do petróleo no preço do diesel com a redução na carga tributária.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que está estudando zerar tributos federais sobre o diesel a partir do ano que vem.

Em julho, o presidente já havia anunciado um corte de R$ 0,04 no PIS/Cofins cobrado sobre o diesel.

Em março, Bolsonaro reduziu temporariamente o PIS/Cofins sobre o diesel e sobre o gás de cozinha, por dois meses, e elevou os impostos cobrados de bancos até o fim deste ano para compensar a perda de arrecadação.

Alinhamento de preços é fundamental, diz Petrobras

A estatal informou ainda que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais:

"Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo".

A companhia disse ainda que o alinhamento dos preços ao mercado internacional "é fundamental" para garantir que o mercado brasileiro siga suprido sem riscos de desabastecimento por parte de distribuidores, importadores e outros produtores.

Com a alta dos preços internacionais do petróleo, o presidente americano, Joe Biden, fez um apelo nesta quinta-feira para que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados elevem a produção. “Em um momento crítico como este de recuperação global, isto não é o bastante,” afirmou Biden em nota.

  • Vá além do básico e fique por dentro das principais análises econômicas. Assine a EXAME

Toda semana tem um novo episódio do podcast EXAME Política. Disponível abaixo ou nas plataformas de áudio Spotify, Deezer, Google Podcasts e Apple Podcasts

 

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisGás e combustíveisGasolinaPetrobraspostos-de-gasolina

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto