Economia

Petrobras ainda discute alta do combustível com governo

Graça Foster observou que o percentual da alta e data do reajuste ainda estão em negociação, e que nada está definido

Graça Foster (Agência Petrobras/Divulgação)

Graça Foster (Agência Petrobras/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2012 às 21h00.

Rio de Janeiro - A Petrobras ainda está em discussões com o governo a respeito do aumento do preço dos combustíveis, medida necessária para aliviar o caixa da empresa e permitir que ela cumpra seu plano de negócios, disse a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, nesta quinta-feira.

Graça Foster, como é conhecida, observou que o percentual da alta e data do reajuste ainda estão em negociação, e que nada está definido.

"Nós não temos nenhum percentual de aumento da gasolina e nenhuma data específica para que aconteça qualquer percentual", afirmou ela a jornalistas na Rio+20.

Questionada sobre a necessidade da alta dos valores, ela afirmou: "Nós precisamos de um aumento porque evidentemente você vê uma variação do Brent que desceu, mas o câmbio está subindo. Então a paridade de preço está bastante defasada dos preços internacionais".

Anteriormente, ela afirmou que empresa precisa de reajuste nos preços para cumprir um plano de investimentos de 236,5 bilhões de dólares de 2012 a 2016.


Nesta quinta-feira, o petróleo Brent caiu a uma mínima de 18 meses, com a piora do cenário econômico global , mas o câmbio no Brasil está firme , o que não muda muito a situação do caixa da empresa na comparação com a situação à verificada quando o petróleo estava em patamares mais altos.

A presidente da Petrobras disse na semana passada que a defasagem de preços atual é a mesma quando o Brent estava a 125 dólares (o barril) e o dólar 1,65/1,70 reais.

As declarações de Graça Foster foram dadas depois da companhia anunciar o novo plano de negócios com investimentos 5,2 por cento maiores que o plano anterior, mas com a previsão de um corte de 18 por cento na produção de petróleo em 2016, o que poderia comprometer a saúde financeira da empresa.

As ações da Petrobras caíram após o anúncio do plano porque o mercado avaliou que a estatal não teria aumento de receita que pudesse fazer frente ao aumento nos desembolsos.

Mais cedo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o governo segue avaliando eventual aumento no preço dos combustíveis e seu impacto na inflação, negando que Brasília já tenha tomado uma decisão sobre o assunto.

Novo diretor - Graça Foster disse que ainda não está definido o nome do novo diretor da área internacional da empresa.

Jorge Zelada pediu para deixar o cargo, e a posição foi assumida interinamente por José Carlos Amigo.

"A diretoria internacional ainda não tem nome definido. O Amigo é um nome potencial, mas na diretoria temos ótimos nomes", disse ela.

Na terça-feira, o ministro Lobão disse que Amigo seria efetivado no cargo.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGovernoIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPreços

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame