Pesca mundial tem US$ 10 bilhões por ano na mira do clima
Impactos das mudanças climáticas sobre os oceanos cobrarão um preço salgado de uma das atividades econômicas mais antigas do mundo
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de setembro de 2016 às 15h47.
São Paulo - Os impactos das mudanças climáticas sobre os oceanos cobrarão um preço salgado da pesca mundial: uma perda estimada em cerca de US$ 10 bilhões de receita anual até 2050, e os países mais dependentes da atividade serão os mais afetados.
O cálculo é de uma nova pesquisa da Universidade de British Columbia (UBC), publicada nesta semana na revista científica Nature. A baixa nas capturas deverá ser provocada pelo aumento das temperaturas e mudanças na salinidade, acidez e teor de oxigênio nas águas dos oceanos.
"Os países em desenvolvimento mais dependentes da pesca para alimentação e para a renda serão os mais atingidos", disse Vicky Lam, principal autor do estudo. "É necessário implementar melhores planos de gestão dos recursos marinhos para aumentar a resiliência frente à mudança climática".
Entre os países mais vulneráveis estão micronações insulares como Tokelau, Ilhas Cayman e Tuvalu. Enquanto isso, muitos países desenvolvidos, como a Groenlândia e a Islândia, poderão ver aumentar sua receita da pesca, por conta da maior migração de peixes para águas mais frias.
Os pesquisadores usaram modelos climáticos do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) para examinar o impacto econômico das mudanças climáticas sobre os recursos as receitas da pesca em dois cenários de emissões - em um alta emissão, onde as taxas continuam a subir sem controle, e em um cenário de baixa emissão, onde o aquecimento do oceano não passa dos dois graus Celsius.
Atualmente, as receitas da pesca global somam cerca de US$ 100 bilhões por ano. Mas um cenário de altas emissões poderá reduzi-las em 10 por cento, enquanto em um cenário de baixas emissões as receitas sofreriam queda estimada de 7 por cento.
A pesquisa também avalia que a atividade de aquicultura - considerada uma solução para aliviar a carga das perdas financeiras da pesca e para melhorar a segurança alimentar em um mundo em aquecimento - pode exacerbar o impacto negativo nas receitas.
"Os programas de adaptação às mudanças climáticas, tais como o desenvolvimento da aquicultura, podem ser vistos como uma solução. No entanto, ela também pode baixar o preço de frutos do mar, levando a novas reduções nas receitas da pesca", disse William Cheung, professor associado no Instituto de Pesca e Oceanos da UBC e coautor do estudo.
São Paulo - Os impactos das mudanças climáticas sobre os oceanos cobrarão um preço salgado da pesca mundial: uma perda estimada em cerca de US$ 10 bilhões de receita anual até 2050, e os países mais dependentes da atividade serão os mais afetados.
O cálculo é de uma nova pesquisa da Universidade de British Columbia (UBC), publicada nesta semana na revista científica Nature. A baixa nas capturas deverá ser provocada pelo aumento das temperaturas e mudanças na salinidade, acidez e teor de oxigênio nas águas dos oceanos.
"Os países em desenvolvimento mais dependentes da pesca para alimentação e para a renda serão os mais atingidos", disse Vicky Lam, principal autor do estudo. "É necessário implementar melhores planos de gestão dos recursos marinhos para aumentar a resiliência frente à mudança climática".
Entre os países mais vulneráveis estão micronações insulares como Tokelau, Ilhas Cayman e Tuvalu. Enquanto isso, muitos países desenvolvidos, como a Groenlândia e a Islândia, poderão ver aumentar sua receita da pesca, por conta da maior migração de peixes para águas mais frias.
Os pesquisadores usaram modelos climáticos do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) para examinar o impacto econômico das mudanças climáticas sobre os recursos as receitas da pesca em dois cenários de emissões - em um alta emissão, onde as taxas continuam a subir sem controle, e em um cenário de baixa emissão, onde o aquecimento do oceano não passa dos dois graus Celsius.
Atualmente, as receitas da pesca global somam cerca de US$ 100 bilhões por ano. Mas um cenário de altas emissões poderá reduzi-las em 10 por cento, enquanto em um cenário de baixas emissões as receitas sofreriam queda estimada de 7 por cento.
A pesquisa também avalia que a atividade de aquicultura - considerada uma solução para aliviar a carga das perdas financeiras da pesca e para melhorar a segurança alimentar em um mundo em aquecimento - pode exacerbar o impacto negativo nas receitas.
"Os programas de adaptação às mudanças climáticas, tais como o desenvolvimento da aquicultura, podem ser vistos como uma solução. No entanto, ela também pode baixar o preço de frutos do mar, levando a novas reduções nas receitas da pesca", disse William Cheung, professor associado no Instituto de Pesca e Oceanos da UBC e coautor do estudo.