Economia

Peña Nieto pede a Dilma maior cooperação

''Uma relação mais estreita'' e ''uma maior cooperação'' entre as duas economias mais importantes da América Latina ''seria importante'', disse


	O presidente eleito destacou que ''não abordou diretamente'' com Dilma o conflito bilateral
 (Yuri Cortez/AFP)

O presidente eleito destacou que ''não abordou diretamente'' com Dilma o conflito bilateral (Yuri Cortez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2012 às 21h27.

Brasília - O presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, se reuniu nesta quinta-feira com a presidente Dilma Rousseff, a quem propôs estabelecer uma maior cooperação entre os países, o que redundaria em favor de toda América Latina.

''Uma relação mais estreita'' e ''uma maior cooperação'' entre as duas economias mais importantes da América Latina ''seria importante'' para ambos países, mas também ''para toda a região'', pois serviria como locomotiva para o comércio e a promoção de investimentos, disse Peña Nieto a jornalistas após a reunião.

O futuro líder mexicano explicou que propôs um ''relançamento das relações'' para fazê-las ''mais próximas e estreitas'' e ''trabalhar em conjunto pelo desenvolvimento de toda América Latina'', não em ''clima de concorrência, mas de complementação''.

Segundo Peña Nieto, a reunião foi ''cordial e muito produtiva'' e encontrou em Dilma muito eco a suas propostas para fortalecer a relação comercial entre os países que, segundo sua opinião, não responde ao tamanho de suas economias.

''Devemos explorar o potencial que existe para uma maior abertura comercial e tirar proveito de um mercado que, entre os dois países, soma mais de 300 milhões de consumidores'', ressaltou.

A troca comercial entre Brasil e México somou no ano passado US$ 9 bilhões, com um superávit de US$ 1,7 bilhão a favor do México.

''São fluxos comerciais muito baixos para dois países desse tamanho e importância'', lamentou o líder do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que assumirá a presidência no próximo dia 1º de dezembro, o que representará a volta dessa formação ao poder que perdeu nas urnas em 2000 após ostentá-lo durante sete décadas.

O presidente eleito destacou que ''não abordou diretamente'' com Dilma o conflito bilateral que, em março deste ano, provocou a suspensão por três anos de um acordo automotivo para aplicar um sistema de cotas ao comércio nesse setor.


No entanto, afirmou que conversaram sobre ''gerar maiores incentivos para alcançar uma relação comercial mais equilibrada'' com a qual, ''mais que limitar, se possa ampliar a relação''.

Peña Nieto reiterou seu interesse no modelo da Petrobras, a fim de tomá-lo em conta em seus planos para a modernização da Petróleos Mexicanos (Pemex).

''Queremos conhecer a reforma que permitiu a Petrobras se transformar em uma das grandes petrolíferas do mundo'' e adaptá-la em alguma medida à realidade da Pemex, comentou.

Segundo o presidente eleito, o caráter estatal da Petrobras, na qual também participa o capital privado, ''é um modelo que inspira os mexicanos''.

Além disso, propôs manter uma cooperação mais estreita em todos os fóruns internacionais nos quais os países participam, como o G20 e os de caráter mais regional, como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

Peña Nieto declarou que também solicitou apoio para desenvolver planos de combate à pobreza com base na ''bem-sucedida experiência brasileira''.

A ideia é ''recolher a experiência de sucesso do Brasil'' em áreas de desenvolvimento social, que permitiu ao país tirar da pobreza cerca de 30 milhões de pessoas em uma década.


''Queremos apoiar aqueles que mais precisam'', manifestou o presidente eleito, para quem o ''caso brasileiro'' na área social é um exemplo a ser seguido por todos os países com problemas de desigualdades.

Segundo dados oficiais, no México existem cerca de 50 milhões de pessoas que vivem na pobreza, número equivalente a cerca de 46% da população, às quais Peña Nieto pretende apoiar mediante programas de distribuição de renda e geração de emprego como os aplicados no Brasil.

Após a reunião com Dilma, que durou aproximadamente uma hora, Peña Nieto tinha previsto viajar para o Chile, a terceira escala de uma viagem que incluirá visitas à Argentina e ao Peru e que já o levou à Guatemala e Colômbia.

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