Meirelles: a Câmara aprovou o texto-base da PEC em segundo turno de votação (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 21h33.
Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 21h42.
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta terça-feira que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos criará as condições para o crescimento do país nos próximos anos e que os resultados poderão ser vistos mais à frente.
"O que interessa é o que nós vamos conseguir. Agora nós estamos embarcados em um movimento importante de recuperação da economia brasileira, num ajuste dessa estrutura econômica mas o meu foco é o resultado", disse em evento em Brasília.
"Eu estou olhando o que está acontecendo como resultado de todas essas ações. Daqui a dois anos, do meu ponto de vista, eu vou concluir sobre o sucesso ou o fracasso das ações pelo resultado objetivo do desempenho econômico do país."
Segundo o ministro, o Brasil voltará a crescer ano que vem e terá um crescimento mais forte em 2018. Ainda assim, ponderou, o crescimento não será tão forte como em outros momentos devido à longa duração da atual recessão.
"Temos um desafio grande, mas altamente factível, de fazer com que a economia brasileira saia desse ciclo de crises periódicas, que nós temos tido há algumas décadas, e nós entrarmos num ritmo de crescimento sustentável para os próximos anos e, quem sabe, até para as próximas décadas."
Meirelles mostrou otimismo com a tramitação da PEC no Senado, dizendo esperar que a aprovação da medida seja concluída pela Casa ainda em novembro.
Na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou um calendário no qual prevê a aprovação da PEC em meados de dezembro.
Nesta noite, a Câmara aprovou o texto-base da PEC em segundo turno de votação.
Câmbio
Ao falar sobre o bom funcionamento do mercado, Meirelles repetiu a posição do governo de que não cabe à autoridade monetária definir o valor do real frente as demais moedas.
"O melhor valor do dólar é aquele que é resultado do bom funcionamento do mercado, em que a liquidez funciona e que tem o maior número possível de agentes", disse durante a palestra.
"Esse é o melhor valor e não compete à autoridade monetária ou financeira tentar regular qual é o valor do dólar, ou, no caso... nós estamos falando em regular o valor do real", acrescentou. "Porque nós estamos falando em tentar regular o valor do real frente às demais moedas."
No mercado brasileiro, o dólar fechou nesta terça-feira a 3,1065 reais para venda, em queda de 0,46 por cento.